"Os portugueses andavam como caranguejos,
arranhando o litoral". (Frei Vicente Salvador).
A cidade de Icapuí
necessita urgentemente de uma revolução, não armada como nos velhos tempos do
bolchevismo russo; contudo, de uma revolução incruenta, nos moldes
democráticos.
A sociedade política
caducou, os políticos de carreira foram contaminados pelo vírus do poder. Não
vejo no momento uma liderança política promissora que revolucione a maneira de
administrar a cidade de Icapuí.
Na cidade falta o
Novo. O que temos como representantes políticos são ramos das velhas árvores,
os quais, por limitações intelectuais e preguiça, enveredaram pelos caminhos
abertos pelos pais na política. Os “independentes” se tornaram plantas
trepadeiras parasitárias, vão consumindo a seiva dos velhos troncos que
deixaram de produzir frutos há muito tempo.
Todos os setores de
chefia da administração pública de Icapuí foram contaminados pela praga do
Poder. Toda regra geral tem suas exceções, vez que ainda existem excelentes
funcionários públicos que não deixaram o poder subir à cabeça, cumprem suas
tarefas com responsabilidade e respeito aos cidadãos aos quais atendem
diariamente.
O difícil é
encontrar na cidade um cidadão independente, desapegado do poder, aos
interesses pessoais e familiares, que queira realmente tocar a Canoa para águas
profundas. Os políticos que temos, querem que os “marujos de água doce” desçam
da Canoa e empurrem, sempre margeando o litoral para não perder de vista as
benesses do poder.
O povo tem culpa por
essas escolhas mal pensadas e violentadas, foi viciado pela droga do dinheiro,
se vende por ninharias e ficam reféns do poder durante quatro anos 'levando
sola'.
Não vislumbro em
curto prazo uma mudança radical e muito menos reformas significativas. A atual
gestão é um marasmo e seus secretários inexperientes e vaidosos nos cargos que
atuam como protagonistas do serviço público.
A cidade faz, porém,
parte de um contexto mais amplo; se o Brasil não for capaz de mudar para
melhor, a cidade sozinha não poderá romper as amarras do poder capitalista
neoliberal.
A cidade no momento
agoniza e seus dirigentes políticos só pensam naquilo (no bolso), insensíveis
ao sofrimento do Povo.
A Canoa deixou de
ser veloz; no momento anda cambaleando, furada, estuprada pela ganância; navega
sem rumo, à mercê das correntes marítimas sem poder atracar à terra, e nós
cidadãos à deriva, rumando aos arrecifes.
.
0 comentários:
Postar um comentário