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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Desabafo de um educador (in) feliz





Todo ano me deparo com alunos que chegam ao ensino médio deficientes de conteúdo, desconhecimento das regras gramaticais, falta de criticidade e indisciplinados. Por mais básico que seja um texto para análise os mesmos não conseguem decifrar a mensagem, e o pior é a preguiça de ler e escrever.
Quando aluno do colégio marista de Aracati me lembro que havia um incentivo muito grande pela leitura, meus professores de língua portuguesa; cabe aqui homenagear um deles, o professor irmão Adriano Sauer, batia muito na tecla que só se aprende português com muita leitura. Havia uma grande biblioteca na escola e os livros eram para emprestar, hoje as escolas públicas muitas não possuem bibliotecas, quando têm são livros sucateado, e o pior não tem um programa de incentivo à leitura, nem de empréstimo ao aluno. Os livros de aventuras que a biblioteca oferecia, li todos, chegava ao final do ano tendo lido mais de cinqüenta livros e havia entre nós disputa de quem lia mais livros, confesso, é prazeroso ler. No ensino médio quando fui estudar no colégio cearense em Fortaleza (marista) houve um incentivo de ler os clássicos da língua portuguesa. Hoje essa minha desenvoltura de escrever se deve a essas leituras que meus mestres tanto incentivavam.
Hoje na escola Gabriel (Icapuí-CE) não vejo mais os alunos se debruçarem em leituras, até os próprios professores de modo geral não vejo nenhum agarrado com uma obra literária ou mesmo de conhecimento da sua disciplina. Muitas vezes transparece que o que aprenderam na faculdade é suficiente para sua formação. Diante desse quadro entristecedor me vem à memória dois mestres das ciências exatas no colégio marista de Aracati, o irmão Carlos e o irmão Eduardo, duas sumidades na matemática. O irmão Eduardo quando recebia uma coleção didática de matemática lia o livro e fazia correções para o autor do livro e o mesmo (autor) devolvia o livro com as devidas correções e agradecia.
Na atual conjuntura educacional muito professores não gostam de ler, aqui e acolá pega o jornal, folheia a parte esportiva ou alguma notícia referente a salário da categoria, mas ler com sede de aprender novos conhecimentos são raros, estão em extinção. Se o aluno não ver o professor com livro na mão, não incentiva a leitura ou não faz um comentário de um livro que leu em sala, qual o referencial de leitura que o aluno vai ter? A nossa grande deficiência de alunos não alfabetizados é por causa da falta de leitura.
No ensino médio os professores culpam os professores do fundamental, na verdade todos nós somos culpados, alunos que terminam o ensino médio mais alienado do que chegou, semi-analfabeto, analfabeto político, incapaz de fazer um bilhete sem cometer erros de português é de se perguntar, que alunos cidadãos estamos preparando para o mundo?
A leitura não é sozinha a solução de todos os problemas da educação, mas uma coisa é certa, tira muita gente da ignorância, sejam alunos ou professores. O brasileiro ler pouco em relação a outros povos, por isso pagamos um preço alto, o atraso cultural. Não acredito no professor que não goste de ler, com todas essas mudanças nesses dias de globalização à leitura se faz necessária para o discernimento do que é certo e errado.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Novo conceito de classe média


Desde que o ex-presidente FCH escreveu um artigo para revista “Interesse Nacional”, intitulado “O papel da oposição” a ‘classe média’ tomou destaque na mídia. Os partidos PSDB e PT agora querem conquistar o eleitorado da classe média a qualquer custo, afinal são 20 milhões de almas vivas. Os governistas criticaram muito o artigo, mas entenderam o recado do ex-presidente. 
Nesse artigo queremos conceituar o termo classe social dentro do contexto social político de hoje. Não tem mais sentido classe social hoje dentro daquela visão marxista do passado, o mundo mudou e os conceitos sociológicos também.
As sociologias tradicionais conceituam classes sociais numa visão marxista ou weberiana. “No marxismo, o conceito de classe tem dois componentes principais. De um lado, certa homogeneidade de condições, e, portanto coesão, consciência de si, capacidade de agir coletivamente. Do outro, uma posição comum na estrutura de produção. Especificamente em relação às camadas médias – ou à “pequena burguesia”, como os marxistas as designavam, torcendo o nariz –, fazia-se também uma profecia: a de que elas estariam condenadas a definhar, ensanduichadas entre a burguesia e o proletariado”.
“Já a sociologia weberiana concebe as classes como agregados sociais que raramente chegam a se tornar consciente e a agir de maneira unitária no campo político. Os membros de uma classe se definem em função de recursos como a educação, o conhecimento especializado, disponibilidades patrimoniais, etc. – valorizáveis-nos diferentes “mercados sociais”. A ótica weberiana pensa em camadas sociais que não encolhem, ao contrário, se expandem à medida que o capitalismo avança.”.
 A partir da globalização esses termos mais clássicos foram perdendo força e novos conceitos foram se pondo na ordem do dia. Na era de FHC e na era Lula alguns sociólogos chamam essa classe em ascensão de “nova classe social” ou “emergente”, esse termo não é bem aceito por alguns sociólogos atuais.
Jessé de Sousa, sociólogo, usa o termo de “batalhadores” e justifica sua tese: “Quando se chamam os emergentes de “nova classe média”, está se querendo dizer que no País as classes médias e não os pobres passam a formar o grosso da população. Isso está longe da verdade. Os “batalhadores”, como os chamo, se assemelham muito mais a uma classe trabalhadora precarizada, típica do pós-fordismo. Uma classe sem direitos e garantias sociais, que trabalha de 10 a 14 horas por dia, estuda à noite e faz bicos nos fins de semana”.
O cientista político Bolívar Lamunier argumenta, “nova classe média” vem sendo empregada para designar um agregado social correspondente a mais de 40% da população, compreendido entre R$ 1.200 e R$ 4.800 de renda familiar mensal. Não estranharei se alguém se referir à metade dessa camada como “classe trabalhadora” ou até “proletariado”. Como diz Shakespeare, a rose by any other name smells as sweet.”
Dentro da ótica dialética a sociedade sofre constantemente mobilidades sociais, seja de maneira estrutural, no caso dos programas sociais que os governos nos últimos tempos têm fomentado, ou ascensão individual, sejam pela educação, cursos de capacitação profissional que mexe nos resultados finais.
A pirâmide social tem mexido freneticamente mudando seu perfil, alguns hoje falam em losango pelas mudanças sociais.

 

Diante dessas mudanças temos uma classe de miseráveis que estão abaixo da base da pirâmide, esquecidos e violentados pelo poder econômico, aparecem nos jornais nas páginas policiais. O governo Lula se vangloria muito de ter tirado da miséria milhões de brasileiros para a classe dos pobres, beneficiados pelos programas sociais. A “bolsa esmola” como Lula falava não pode durar para sempre, é preciso gerar postos de trabalho, não tem sentido esse cidadãos passarem a vida toda a mercê do Estado Paternalista, se faz necessário uma revolução social que as classes sociais nesse país sejam mais homogêneas e que as elites sejam menos descartáveis com os mais pobres desse país. 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O PAPEL DA OPOSIÇÃO

"Odeio os indiferentes. Acredito que viver significa tomar partido. Indiferença é apatia, parasitismo, covardia. Não é vida. Por isso, abomino os indiferentes. Desprezo os indiferentes, também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Vivo, sou militante. Por isso, detesto quem não toma partido. Odeio os indiferentes" [Antonio Gramsci].



O ex-presidente FHC escreveu para a revista Interesse Nacional um artigo bombástico, “O papel da oposição” que trata da “classe média” como o novo alvo dos que querem chegar ao poder por essa via política. A situação governista procurou logo queimar as palavras do ex-presidente por oportunismo político ou por desconhecer nas entrelinhas a mensagem. Até a própria oposição não entendeu o recado, por exercer um cargo no legislativo não significa que o mesmo seja uma sumidade intelectual. O artigo muito bem escrito, digno de um intelectual de renome, no caso FHC. Por ser contrário ao seu governo não significa que todas as posições políticas de FHC sejam nefastas à compreensão da mobilidade social e política do Brasil. Não podemos abominar tudo que vem de um intelectual do porte do ex-presidente.
O ex-presidente FHC foi enfático ao afirmar que não adianta investir no povão já que o mesmo foi cooptado pelo PT através dos programas sociais. FHC conclama que seu partido o PSDB invista nessa nova classe social, que hoje são 20 milhões de pessoas. Embora haja certo preconceito com essa classe menos favorecida, o ex-presidente tem razão ao afirmar que não adianta malhar em ferro frio, o resultado dessa classe sempre beneficiará o PT, foram pegos pela boca e é inevitável uma mudança radical.
Outra colocação importante é o atrelamento das centrais sindicais ao PT. Faz tempo que essas centrais não vão para o enfrentamento com o governo. Até o MST que era uma instituição de luta nos últimos tempos tem se calado, até as invasões murcharam. O motivo o assistencialismo nos assentamentos.
Outro ponto interessante do artigo de FHC são as redes sociais Facebook, YouTube e Twiter, etc., que devem ser aproveitadas pela oposição. Num mundo globalizado não tem mais sentido o uso de métodos tradicionais para divulgar as mensagens partidárias. A “esquerda” se que existe ainda nesse país, devem aproveitar também esses canais de acesso de comunicação com a “classe média”.
Não podemos desprezar a gestão de FHC por preconceito político. O PSDB na pessoa de FHC fez inovações importantes, acredito piamente que se FHC não tivesse feito esses ajustes o Lula não teria feito um bom governo. Foi uma somatória do governo de Itamar-FHC-Lula e agora a Dilma que aproveita essa construção sólida econômica para fincar seus projetos de governo. Não se constrói nenhum projeto político com inflação galopante. O real estabilizou a moeda e baniu do cenário político o fantasma da inflação.
Um termo interessante que FHC usa para falar da mudança do PT - camaleonicamente – o PT mudou radicalmente para chegar ao poder. Por acaso se o PT tivesse insistido nas antigas bandeiras jamais teria chegado ao poder. Baniram dos seus quadros os radicais que hoje estão abrigados no Psol. O socialismo só para os trouxas nas palavras de FHC: “começou com a Carta aos Brasileiros de junho de 1994 e se desnudou quando Lula foi simultaneamente ao Fórum Social de Porto Alegre e a Davos. Era o sinal de "adeus às armas": socialismo só para enganar trouxas, nacional-desenvolvimentismo só como "etapa". Uma tendência, contudo, não mudou, a do hegemonismo, ainda assim, aceitando aliados de cabresto”.
O artigo do ex-presidente é brilhante, critica quem não entendeu a mensagem, nesse caso é preciso ler de novo para entender os rumos da oposição hoje. O recado foi dado ao PSDB e demais partidos de oposição, também serve de alerta ao PT que se mantém no poder cooptando a todos que se vendem ao poder. A oposição é necessária dentro do Estado de direito, sem oposição não existe democracia.





quarta-feira, 13 de abril de 2011

Icapuí, mito ou realidade?




Nesses vinte anos que o PT ficou no poder em Icapuí avançou em alguns setores que não podemos negar, e pecou muito em setores estratégicos para a continuidade do projeto político que muitos diziam que Icapuí possuía, hoje tenho minha dúvida nesse tal projeto que no meu olhar foi mais pessoal que coletivo.
Na educação Icapuí conseguiu uma grande façanha dentro daquela conjuntura passada, foi colocar toda criança na escola, presenciei os fatos como professor e diretor escolar, porém não garantiu que crianças tivessem qualidade na aprendizagem, diria que foi um esforço quantitativo e aproveitou a mídia para divulgar essa iniciativa e a coisa pegou, pois garantiu a Icapuí o prêmio do UNICEF, a pomba da paz que hoje repousa na praça da liberdade.
Na saúde tivemos muitos programas interessantes em Icapuí, como também bons Secretários de Saúde, no caso do médico Luiz Odorico Monteiro, atualmente secretário de Gestão Estratégica e Participativa da Saúde referência a nível nacional. A Dilma Lucena de Oliveira, mestra em A Saúde Pública, ótima Secretária, pediatra de mão cheia que pôs em prática vários projetos voltados para a saúde da família. Não recordo um cidadão se dirigir ao hospital e voltar por falta de médicos ou por falta de remédios, e havia médicos em várias especialidades.
As contas da prefeitura eram colocadas na parede para que o cidadão espiasse e desse seu parecer. A PMI fez marketing dessa ação política que rendeu muitos elogios Brasil afora. Até hoje quando um visitante chega a Icapuí faz referência a essa atitude dos governantes de Icapuí. O Orçamento Participativo teve um começo muito bom nessa interação Comunidade – PMI. Havia um rodízio por todas as comunidades para discutir o que fazer do dinheiro público, depois o OP enveredou para o lado eleitoreiro e infelizmente acabou fugindo do seu propósito.
Porém Icapuí pecou feio quando não trabalhou nomes de lideranças, tinham um medo horrível de perderem a hegemonia do poder em Icapuí, então ficou nessa dobradinha Airton-Dedé, Dedé-Airton, essa dobradinha perdurou até o povo de Icapuí se cansar desse jogo político e dos vícios instalado ao longo desses vinte anos. Toda liderança que surgia se cortava as asas, assim falava os puxa-sacos do poder constituído, havia um medo que outra liderança fora do PT( ou dentro) chegasse ao poder. Hoje o dilema do PT é emplacar um nome de peso para competir eleitoralmente com o candidato da situação. Os nomes apresentados no meu entender não são competitivos, a não ser que se gaste muito dinheiro para emplacar o nome. Os candidatos a vereadores do PT eram todos do mesmo naipe agarrados na sigla PT por conivências pessoais. Hoje alguns deles debandaram na primeira oportunidade que o novo gestor (PSDB) ofereceu, o PT perdeu bons nomes de pretensos vereadores por segurar os ditos fiéis ao partido.
Durante muito tempo se discutia na cidade que o povo de Icapuí possuía uma consciência política única no Brasil. As comunidades eram conscientes, qualquer ação política a comunidade parava para discutir e participava ativamente da política. O verniz aos poucos foi saindo e se percebeu que esse povo não era tão consciente como se propagava na mídia. O PT inaugurou o assistencialismo no Município de forma descarada, hoje as pessoas para votarem têm que receber algo em troca. O político se esconde para não ser aperreado pelos pidões que fizeram do “toma lá dá cá” um meio de vida.
Hoje Icapuí se encontra no caos em todos os seguimentos e não vejo os cidadãos icapuienses se manifestarem criticamente, cadê à consciência política tão falada pelos gestores do passado? As aves de arribação se mandaram para Fortaleza ocupando cargos no Município de Fortaleza, Estado ou a nível federal, deixaram para trás a Canoa Veloz naufragando com seus marinheiros que tentam salvar a Canoa a qualquer custo.





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