O controle dentro da
sociedade é exercido pelas instituições legais (família, igrejas,
escolas, hospícios, presídios...), no intuito de controlar os
indivíduos através da disciplina da mente e do corpo. Muitos filósofos estudaram esses mecanismos de poder, um em especial, o
francês Michel Foucault, o qual nos diz como essas engrenagens
manipuladoras agem no dia a dia na vida do cidadão.
O que nos interessa, no
momento, é compreender como a escola manipula os alunos a aceitarem
uma sociedade excludente, autoritária e dominadora.
Desde já, afirmamos que
a escola foi criada para os filhos das classes dominantes se
educarem, aos filhos dos pobres, apenas uma escola que garanta o
mínimo de conhecimentos, para não errar o botão que aciona as
máquinas do capitalismo.
No desenvolvimento da
tecnologia, as empresas foram ficando cada vez mais complexas e
exigindo cada vez mais mão-de-obra especializada. As escolas
profissionalizantes vieram suprir essas necessidades do capitalismo
industrial do século XX.
Retomando o caminho da
escola...
Desde o momento que os
alunos pisam no espaço-escola, até o término das aulas, são
vigiados, como também professores e funcionários. A máquina
escolar foi bem projetada para manipular as mentes e modelar os
corpos dos alunos e, consequentemente, enquadrá-los nas normas
capitalistas, aprenderem a não questionar e sujeitarem seus corpos
ao trabalho.
As escolas têm muitas
semelhanças com as fábricas:
fábricas
- apito
- relógio de ponto
- trabalho em série
- disciplina
- conteúdo de produção
- transporte
- almoço
escolas
- sino
- diário de classe
- carteiras em fila indiana
- disciplina
- conteúdo programático
- transporte escolar
- merenda
Hoje, uma empresa que se
preze, garante aos operários condições dignas de trabalho, fruto
da luta dos trabalhadores ao longo da história.
As conquistas, por parte
da educação, continuam. Ainda há muito chão para os educadores
desbravarem. Classe desunida, só enxerga o próprio umbigo, por
isso padecem de injustiças.
A escola é um micro-poder
da classe dominante. Como educadores, não podemos permitir que a
escola seja um espaço de manipulação, que não prepare cidadãos
conscientes e participativos das decisões políticas. O que vemos a
cada dia são alunos alienados, que estufam o peito dizendo que odeia
política.
A escola não é uma
fábrica e seus os objetivos são bem distintos. No entanto, o
capitalismo transforma tudo em mercadoria, visando o lucro imediato.
Os alunos do ensino médio
terminam seus estudos com um único objetivo: 'ser feliz' enquadrado
dentro do projeto capitalista. Projetos pessoais que não
transformam a sociedade.
Uma escola de verdade
trabalha os conteúdos de forma crítica e reforça diariamente a
noção de co-mu-ni-da-de. Se a escola não faz seu dever de
casa, não merece ser chamada de escola, mas de fábrica.
O grande desafio do
educador hoje é não permitir que o
poder constituído manipule as crianças e adolescentes, tornando-os
corpos dóceis e servis para o capitalismo.
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