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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Roubaram-me a esperança...



No passado fui muito ativo na militância política. Através da teologia da libertação despertei para a questão social. No “seminário marista” me engajei nas comunidades Eclesiais de Base, no Parque São José, Fortaleza. O padre Lopes é testemunha, nos finais de semana nos encontrávamos na comunidade para animar e discutir os problemas sociais a partir da luz do evangelho, tendo como pano de fundo a teologia da libertação. O padre Lopes era seminarista secular e eu formando marista, noviço, nosso caminho se cruzaram nessas comunidades, ou melhor, nessas células de evangelização que procurava resgatar as comunidades primitivas da igreja com o povo oprimido.
A igreja instituição com sede no Vaticano quando percebeu o crescimento desses núcleos eclesiais e uma nova teologia que despertava o oprimido para a luta de seus direitos e questionava o posicionamento da igreja instituição, procurou destruir essa teologia da libertação, perseguindo seus teólogos, no caso do Brasil Leonardo Boff e muitos outros que tiveram que se calar para não serem expulsos da igreja.
A Igreja instituição foi uma decepção pra mim, voltei para minha terrinha e me engajei na militância política partidária filiando no PT. Novamente me cruzo com o padre Lopes no PT de Aracati, nessa época quem compunha o PT de Aracati era a militância ligada a Igreja. O domínio político de Aracati ainda estava nas mãos da família Costa Lima e em nível de Estado o poderoso Tasso Jereissati. Não era fácil fazer oposição, de todos os lados havia perseguição política. Pouco importava, imbuído de uma ideologia marxista, éramos capazes de morrermos pela causa, no PT não se falava de corrupção dos nossos companheiros, criticávamos os que metiam a mão no dinheiro público, íamos para o enfrentamento de chegar levar carreira dos policiais de cassetete na mão para dispersar nossas manifestações.
Como Aracati não tinha espaço pra mim por questões políticas, fui convidado pela Secretaria de Educação para lecionar na escola Mizinha, por indicação do padre Lopes. E nesse município fiz carreira, seja como professor, diretor escolar, coordenador do CVTP e muito engajamento político no PT.
Enquanto o PT se manteve fora do poder, manteve a ética. O PT não estava pronto ainda, maduro para exercer o poder. Quando atingiram o poder máximo, ou seja, o governo federal os quadros do PT se lambuzaram, esqueceram suas bandeiras históricas e compactuaram acordos com essa burguesia corrupta, que há muito tempo sangra os cofres públicos e esses políticos que passaram à vida toda usurpando dos cofres públicos. O PT ressuscitou essas múmias que deveriam estar presos e devolvendo o dinheiro roubado, hoje estão no cenário político, ocupando a vaga de um jovem ético que tivesse oportunidade estaria fazendo um trabalho sério em benefício do povo. Por isso me desfilei do PT e parti pra outro partido e percebi que todos os partidos é farinha do mesmo saco.
A minha militância hoje se dá na sala de aula ou nos escritos que faço. Alguns me cobram do meu sumiço na política. A minha ausência se dá por opção pessoal. Perdi o tesão pela política partidária, não agüento mais tanta mentira, enganação, promessas, enriquecimentos ILÍCITOS de figuras que no passado tanto admirava, e o PT nos roubou o que tínhamos de mais preciosa, a ESPERANÇA.                


                                                                                               







quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Vila de Icaguaí



Na cidade de Icaguaí chegou um médico psiquiatra com doutorado na Universidade de Paris, a famosa Sorbonne. Montou um projeto para construir um hospital psiquiátrico, levou o projeto aos políticos e o mesmo foi aprovado. Depois de alguns meses o hospital foi inaugurado com pompa de festividades parisiense agradando a gregos e a troianos.
O Dr. Bacamarte tinha em mente a teoria de provar o que era sanidade e insanidade e o seu laboratório de cobaias humanas foi à cidade de Icaguaí. No meio da praça central começou a observar as pessoas e a ouvir o que elas diziam, depois de muito analisar clinicamente resolveu internar algumas figuras da cidade que julgava insana.
As três autoridades da Vila foram às primeiras trancafiadas pelo Dr. Bacamarte, o vigário, o delegado e o prefeito, cada um deles diagnosticado como insanos:
O primeiro que internou foi prefeito, na visão do Dr. Bacamarte não tinha sentido o prefeito ser pastor e político ao mesmo tempo, e abandonar seu rebanho por conta da política partidária.
Depois foi a vez do pároco, não era concebível um padre trabalhar no banco e ao mesmo tempo tomar conta do seu rebanho.
A delegada também foi internada, não aceitava que uma mulher fosse delegada, só mesmo loucura. E concomitamente foram o juiz e o promotor que julgava que não era deus para julgar ninguém.
Os vereadores da cidade também foram internados, por não fazerem muita coisa em prol da cidade, chegou à conclusão que eram loucos de serem eleitos e não trabalharem pelo povo.
Os habitantes da Vila de Icaguaí que se enquadrava nos 7 pecados capitais não escaparam da mira do Dr.:
Os adeptos da ira não foram poupados, os valentões da Vila, aqueles que não sabem argumentar, resolvem os problemas através da força, não controla a raiva inerente a todo animal, e o que diferencia o homem do resto dos animais é o controle psicológico.
O Dr. Bacamarte não poupou os gordinhos e os desesperados por comida, os que não se fartam com a comida que come, sempre querem mais e mais, comem tanto até ficarem doente de caganeira e terem que tomar um chazinho de boldo, morre pela boca igual a peixe de água doce.
Os invejosos que não se sentem bem pelo progresso do outro e torce que o mesmo caia em desgraça e que esses atributos venham a eles sem esforço nenhum, muito comum nas repartições públicas e privadas também foram parar nas celas do manicômio.
Os orgulhosos que não dão o braço a torcer, mesmo errado, os “pavões” do pão nosso de cada dia, acabaram também reclusos.
Os avarentos tiveram um número alto de enfermos, aqueles que são apegados aos bens materiais, deixam de comer e beber para guardar dinheiro na poupança, não se apercebeu do pensamento de Anaximandro, pensador grego, “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”, não abrem a mão nem com dinamite nelas. 
A preguiça pegou os jovens que acordam ao meio dia, não fazem nada durante o dia, não bate um prego numa barra de sabão. Estudam como obrigação e todo trabalho é cansativo, até levar uma pena (caneta) ao papel. Se soubessem quem inventou o trabalho mandaria matar, Ciço do Norte não escapou do médico e seus seguidores.
A luxúria na Vila de Icaguaí levou aqueles que possuem prazeres carnais insaciáveis, só pensam naquilo, não se contentam apenas com mulheres mais com homens também, e aqueles que primam e adoram fazer barba, cabelo e bigode.
Depois de alguns meses praticamente toda a cidade estava internada no hospital do Dr. Bacamarte. Os cidadãos locais livres se revoltaram contra os métodos do Doutor, mas a polícia foi convencida pelo médico que a população precisava de ajuda para moralizar os costumes da cidade.
Visitando os supostos doentes chegou à conclusão que o número de enfermos era demais e que tinha algo errado nas suas teorias, chegou à conclusão que o errado era ele, liberou todos os pacientes do hospital e ficou recluso ele mesmo no hospital. Depois de alguns meses soube na Vila que o Doutor tinha falecido de causas naturais.
A Vila organizou um velório póstumo ao Dr. Bacamarte como um grande estadista e médico sanitarista.
Depois de alguns meses da morte do Dr. Bacamarte a vida na Vila voltou à rotina de sempre e tudo continuava como de costume, esperando outro Bacamarte da vida.


 




segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Mosca Azul e o poder

Dando uma organizada nos meus livros encontrei um livro que tempos atrás ao lê-lo me despertou para o perigo de ser pego pelo poder (cobiça), de calça curta (ceroula), ou melhor, de cuecas. O livro é do frei Betto, “A mosca azul”, expressão metafórica tirada de um poema do escritor Machado de Assis.

Para quem não conhece frei Betto é padre dominicano, de esquerda, sempre esteve presente nas lutas sociais do Brasil. Participou do governo Lula na primeira gestão como assessor especial do presidente da República e coordenou a mobilização social do programa Fome Zero. Desencantado pelos rumos que o PT tomava saiu do governo antes que a mosca azul o picasse: "Deixei o governo federal em dezembro de 2004, antes dos escândalos do 'mensalão', dos quais não tive a menor desconfiança", lembra o escritor. "A mosca azul não me picara. Voejou, feriu-me o ar com seu zumbido, exibiu solertes suas asas de ouro e granada, refulgiu ao clarão do sol, descortinou-me a visão fantástica e sutil, sem, contudo inocular-me o veneno do apego ao poder."

Como bom observador tem visto em Icapuí micropoderes nos mais diversos setores e instituições que alguns conseguem galgar e quando se agarram a esse poder tem postura de ditadores. Nas escolas tem figuras que são professores e breve estarão na sala de aula, pois o poder atual é efêmero. Nesse momento que estão como gestores oprimem seus pares como se o poder fosse eterno, fico imaginando quando essas figuras votarem à sala de aula com suas ‘posturas de educadores’, agora estão em cima da carne seca.
No campo político vejo o poder passar de pai para filho, todos reclamam da política que o povo aperreia, não dá sossego ao político, é de perguntar, quem acostumou o povo a pedir (?), e o poder passa de pai para filho em nível nacional e é hereditário o poder político nesse país, e só largam o poder depois que morrem, e todos turbinados pela mosca azul.

Na cidade de Icapuí ocorre o mesmo, os pais se aposentam (teoricamente) e deixam seus filhos na política, ou em algum cargo de indicação política, porque é o meio mais fácil de fazerem na vida. Alguns por falta de conhecimentos e popularidade se valem de seus filhos para realizar seus sonhos, coisa que não conseguiram e tentam realizar a partir dos filhos. Outros por mediocridade, não se darão bem na vida porque nunca deram duros na vida e pegam carona (dinheiro) dos pais para se fazerem na política, e isso não é somente em Icapuí é no Brasil todo.

Não conheço ninguém que tenha deixado à vida pública para se dedicar a outros setores, desligando-se completamente da política. No cenário nacional temos o Getúlio Vargas que de tão apegado ao poder saiu do palácio do governo (Palácio do Catete) no Rio de Janeiro por via de suicídio, no dia 24 de agosto de 1954. Jânio Quadros que renunciou ao poder depois de alguns meses da posse de presidente, 25 de agosto de 1961, por carta-renúncia, com votação histórica foi eleito, e há muito tempo os historiadores se perguntavam o porquê da renúncia. Hoje sabemos que o Jânio renunciou na ilusão que o povo o colocaria de volta ao poder e a partir dessa volta poderia governar de maneira despótica, tudo aconteceu de maneira diferente, perdeu o poder na sua fantasia de pensar que o povo tem essa consciência política, a população se move de acordo com suas emoções momentâneas.

Quem perde com esse poder estrutural o país que abriga secularmente famílias no poder, tantas pessoas inteligentes e éticas que não conseguem chegar ao poder porque não tem dinheiro para comprar o povo, não pertence a uma dinastia política, não sabem mentir, nem sabem enganar o povo.

O poder não é para quem quer (liso), é para quem pode. A vacina contra essa doença incurável não existe ainda e poucos são os que têm coragem de deixar o vício por uma causa coletiva, temos como exemplo uma grande figura que abandonou seu posto de ministro e correu atrás de seu sonho que era incendiar a América latina com uma revolução socialista, no caso Che Guevara.

Nesse livro Frei Betto faz duras críticas ao PT que ao chegar ao poder perdeu seus ideais de um partido de esquerda: Para Frei Betto, são exceções àqueles que, encarando o poder, não mudam de postura e abandonam - ao menos em parte - seus ideais. "De pouco valem as intenções de quem jura que 'ao chegar lá não serei como os outros'. Será sim, salvo exceções. Pois o poder atrai prestígio e dinheiro e opera na pessoa mudança de lugar social e cultural."

Tantos baluartes do PT sucumbiram diante do poder, foram picados pela mosca azul e não resistiram à picadura da mosca azul. Todo dia a mídia divulga um nome de um petista envolvido com corrupção e nós simples mortais nesse jogo político ficamos atônitos diante dos fatos, a que nós devemos confiar se o maior partido até então que defendia as massas populares se corrompeu e a quem confiar nesses dias sombrios da política (?).

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Icapuí na política do álcool e circo

Icapuí na onda da política do pão e circo





Os imperadores romanos para acalmar as massas populares patrocinavam no coliseu espetáculos e distribuía pão para amenizar a fome e evitarem revoltas da massa empobrecida e desempregada. O imperador fazia de tudo para patrocinar festas para manter a massa o máximo possível ocupada, é tanto que o calendário romano passou a ter 175 feriados por ano.
Essa política circense parece coisa do passado, mas não é. Icapuí ressuscitou essa política com a banda de forró “Solteirões do Forró”, nesta quinta-feira (30/06) na praça central. Depois virá o Acampamento com suas atrações nacionais e até o próximo ano apertos de mãos e festas não faltará, tudo para ludibriar os eleitores alienados que esquecem os problemas de sua cidade por conta desses espetáculos.
O governo do Estado paga com nosso dinheiro essas bandas caríssimas e quando se trata de reajuste de salários de professores e policiais civis e militares não tem dinheiro. Dinheiro tem e muito, a questão nesse governo são as prioridades, e tudo indica que educação não é prioridade nesse governo, nosso governador foi contra o piso dos professores, uma luta histórica que há anos a categoria pleiteava.
A oposição critica tanto a atual administração, deveriam também criticar essa política do “álcool e circo”. Icapuí precisa de investimentos na educação para que seus cidadãos tenham uma educação de qualidade, escolas profissionalizantes que garantam aos jovens no futuro um trabalho digno, saúde que atenda sua população com qualidade, com equipamentos de última geração para que sua população não precise deslocar para a capital, médicos nas diversas especialidades para atender aqueles que tanto carecem, a população. Moradia para as classes menos favorecidas, estradas boas de acesso às comunidades, projeto para o turismo sustentável, no futuro teremos a copa do mundo e as olimpíadas, se faz necessário à capacitação dos jovens para atender esses turistas que visitarão o Ceará. Outra problemática séria em Icapuí é a questão da pedra (crack) que aniquila (vicia e mata) tantos jovens e não vejo por parte das autoridades um programa de prevenção para evitar que futuros jovens entre nessa “roubada”, e um centro de recuperação dos dependentes químicos. Tudo isso é possível, é de se lembrar que temos um deputado estadual e dois federais, todos bem articulados com o governo do Estado e federal, se tem dinheiro para bandas musicais por que não tem para programas sociais?  
 O povo se ilude com facilidade, principalmente quando esse povo é carente de lazer e cultura, as festas são boas, porém não podemos esquecer os problemas sociais da nossa cidade. Os governantes usam essas artimanhas porque sabem o ponto fraco da massa despolitizada, participar desses eventos não faz mal ao espírito, agora não podemos é perder nossa criticidade aos fatos ocorridos na nossa cidade.
As denuncias nesses dias tem feito estragos ao PT do Ceará, o prefeito de Senador Pompeu, Antonio Teixeira de Oliveira está preso no corpo de bombeiros de Fortaleza.  Os dois políticos acusados (prefeito e vice) de desviar R$ 2,6 milhões dos cofres públicos, e se diga de passagem que o mesmo é do PT, Icapuí também passará por investigação minuciosa. Nessa semana saíram artigos no jornal O Povo e Diário do Nordeste contra o deputado Dedé Teixeira, “o parlamentar está sendo acusado de ter cometido irregularidades e atos de improbidades nos anos de 2003 e 2004, quando foi prefeito de Icapuí e realizou dois convênios com o Fundo Nacional de Saúde (FNS). O MPF pede o ressarcimento dos recursos públicos federais, por entender que o objeto contratado não atendeu as exigências do conveniado. A cobrança ao deputado é de R$ 397.082,08”. Por isso seus bens estão indisponíveis, cabe ao deputado explicar ao povo de Icapuí e do Ceará essa acusação, vale ressaltar que todo homem público deve satisfação ao seu povo, pois quem paga seus salários são os Cidadãos.
Citei esses fatos políticos acima para instigar aos festeiros se tem noção dessas ocorrências que tem abalado à credibilidade do PT e dos envolvidos, isso é apenas a pontinha do iceberg.



 
 
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