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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mensalão: A Justiça tarda, mas não falha



A mídia nesses dias noticiou aos quatro cantos a prisão de José Dirceu, ex-ministro, José Genoíno, ex-presidente do PT e Delúbio Soares, ex-tesoreiro do PT e outros condenados. Sempre duvidei da justiça brasileira, na minha visão esse julgamento acabaria em pizza. Creio que os trâmites jurídicos foi cumprido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e pelo relator do processo do mensalão Joaquim Barbosa.
O mensalão sempre existiu no Brasil, para governar é preciso comprar políticos descarados que são eleitos para representar o povo e, no entanto, estão no poder para legislar em benefício próprio e de grupos econômicos. O povão desconhece os verdadeiros objetivos do mensalão, pensam que os condenados do PT embolsaram o dinheiro e não foi isso, é salutar esclarecer os fatos.
Os cidadãos que tem uma visão crítica reconhece o histórico de José Dirceu e José Genoíno na luta contra a ditadura militar, no entanto, não se perdoa a virada política dos dois Josés ao chegarem ao poder. Todo discurso ético feito pelo PT antes de chegar ao poder foi jogado na lata de lixo em nome de uma política pragmática. O que a esquerda  condena, pelo menos os sobreviventes,  são as posturas do PT ao chegar ao poder; bandeiras que o PT defendia como a ética; chegando ao poder se rendeu à maneira antiga de fazer política. Infelizmente no Brasil só se governa desse modo, comprando senadores, deputados, vereadores. A corrupção vai do mensalinho ao mensalão. Não pensem que no Congresso estão para defender direitos coletivos, estão lá para defender interesses de corporações, religiosos, como a bancada religiosa, interesses agrários, empresariais e bancários. Os que estão para defender interesses do povo são ínfimos, os políticos éticos são isolados e calados para não aparecerem na grande mídia. De modo geral o Estado nasceu para defender os interesses da classe dominante.
Os militantes do PT fanáticos esbravejam dizendo que o mensalão nunca existiu; tudo é armação da direita e da grande mídia. O mensalão é um fato e não é de hoje, quem já passou pelo poder sabe muito bem disso; para governar com tranquilidade é preciso comprar políticos desonestos.  Muitos políticos foram cassados porque negaram alimentar a corrupção política. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não tem moral para falar dos condenados do mensalão, para garantir a sua reeleição comprou deputados para mudar a Constituição Federal e  não é fácil mudar uma Constituição ao bel - prazer.
A moralização da política brasileira não pode pegar “meia dúzia” de peixes graúdos e parar, é necessário se fazer uma faxina por completo, sem esconder lixo debaixo do tapete. Num país que temos um Paulo Maluf, José Sarnei, brilhante Ustra e tantos outros livres não é fácil digerir as condenações dos Josés. Figuras que nunca contribuíram com a democracia, enriqueceram a custa do Estado e o cetro nos seus Estados passou de pai para filho, constituindo oligarquias corruptas e defensoras da ditadura militar. É preciso a fila andar e punir a todos que meteram a mão no erário para se beneficiar e devolver o que foi roubado dos cofres públicos. A lição dada aos políticos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) serviu de recado para os políticos desonestos, roubar representa o risco de ir para o xilindró.
Os cidadãos torcem que esse tsunami político que passa pelo Brasil não seja apenas uma pequena tormenta, que perdure, faça justiça, moralize as nossas instituições de poder. Não tem sentido numa democracia só punir os pequenos que, muitas vezes, são vítimas do sistema capitalista, não tiveram oportunidades de crescerem como cidadãos.
É normal às críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal), acusar de condenação política, execução dos mandatos de prisão antes do tempo previsto, cerceamento político, enfim, faz parte do jogo das defesas dos réus.  O STF abriga as mentes mais brilhantes no campo jurídico, não creio que se excederam no trato dos direitos civis dos réus. O tempo vai purgar o julgamento e teremos uma visão mais clara dos fatos do mensalão. No momento rebuliço, “jus esperniandis”, quando a poeira assentar verão a condenação e os mandatos de prisão com mais objetividade e sensatez.
Daqui em diante serão muitas análises jurídicas, juristas criticando a ação STF, outros apoiando a atitude de Joaquim Barbosa. Os cidadãos que acompanham os fatos do mensalão se preparem para assistir de camarote a batalha judicial; no fim pano frio aos condenados e no mais uma condenação no semiaberto. O PT por estar no governo federal não pode usar essa prerrogativa para prejudicar o ministro Joaquim Barbosa, criando uma crise constitucional entre o governo federal e o STF.  
No próximo ano (2014) eleições, a oposição de maneira oportunista vai usar nos horários eleitorais as prisões dos petistas, por sua vez o PT vai revidar com o mensalão tucano. Nessa discussão quem perde é o cidadão, porque propostas de governo pouco se verão. O embate se restringirá no disse não disse.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ontem, mãe África, hoje, porão Negro





Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d’amplidão!
Hoje... O porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo jogado ao mar...

Na escola, nas aulas de história, nos ensinam que os negros no Período Colonial foram mão de obra escrava dos senhores da casa grande, essa discussão deveria perpassar por todas as disciplinas, no entanto só a disciplina de história é escalada para falar, muitas vezes os professores das ciências exatas não querem perder tempo em discutir com seus alunos esses fatos vergonhosos da história do Brasil.

Seria interessante lermos as poesias de Castro Alves, o “Poeta dos Escravos”, no caso, Navio Negreiro (1869), Espumas Flutuantes (1870), Vozes d’África (1868)... Para nos sensibilizar que a escravidão no Brasil foi real e que deixou sequelas na sociedade, nas suas entranhas: o preconceito, pobreza, miséria..., e todas as mazelas sociais com as quais convivemos hoje. 

Vindos do continente africano à força (muitos alunos do ensino médio pensam que a África é uma nação, um continente pouco estudado), tirados do seio familiar, apartados como animais, tirados da sua terra natal na marra, embarcavam nos navios tumbeiros para suprir as necessidades da produção açucareira no Brasil. Durante séculos, os negros serviram de mão de obra para os senhores de engenho, os doces açúcares ingeridos pelos europeus amargavam na boca dos negros.

O tratamento dispensado aos negros nos três P(s): pão, pano e pau. O negro nunca se redimiu a escravidão, sempre que podiam se rebelavam. O negro que mexeu nas estruturas da sociedade escravocrata foi Zumbi, líder dos Quilombos dos Palmares, depois de Ganga Zumba, tio de Zumbi. Zumbi organizou guerrilhas para combater os portugueses que queriam manter a escravidão eternamente e tratar o negro como mercadoria, acolheu os negros fugitivos no Quilombo dos Palmares.

A igreja católica abandonou os negros a própria sorte, não concebiam os negros como filhos de Deus, muitas autoridades eclesiásticas tinham escravos para servi-los nos mais diversos serviços.

Durante anos Zumbi lutou contra os portugueses e senhores de engenho. Foram muitas expedições lideradas por bandeirantes para destruir Palmares, sem resultados, até chegar Domingos Jorge Velho que destruiu o Quilombo dos Palmares, deixando Zumbi ferido. No entanto, um delator, Antonio Soares, entregou a localização de Zumbi ao capitão Furtado de Mendonça, que o surpreendeu. O esconderijo de Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695. Zumbi foi morto numa emboscada, lutou heroicamente, mas foi apunhalado, esquartejado e decapitado. Sua cabeça ficou exposta na cidade de Recife, Capitânia de Pernambuco. Sem uma liderança Palmares resistiu até 1710, quando se desfez definitivamente.  

Até hoje nós temos os descendentes dos antigos moradores dos quilombos, chamados de quilombolas que  vivem em áreas demarcadas pelo governo e tentam manter suas tradições.
Em 2003, por meio de uma lei federal esse dia foi declarado como o Dia Nacional da Consciência Negra. Essa mesma lei tornou obrigatório o ensino sobre a História e Cultura Afro-brasileira. Agora, em todas as escolas do país, os alunos estudam a história da África, a luta dos negros no Brasil que não sucumbiram diante da dominação branca.

A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei que institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.  O texto da Lei nº 12.519/11 aponta que a comemoração será anual, em 20 de novembro. Lembra a data do falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares. O assassinato de Zumbi ocorreu no ano de 1695. O mínimo que se poderia fazer em relação aos sofrimentos aplicados aos negros, de maneira covarde. Que essa data seja de reflexão. Vale ressaltar que esse dia não é feriado em todas as cidades do Brasil. Em nosso meio existe ainda muito preconceito com o negro, discriminação em achar que todo negro pobre é bandido...

Escrito pelo professor Wellington Pinto.
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