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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Análise social a partir do Mito da Caverna de Platão

Segunda-feira (21/11) dia de nosso Senhor Jesus Cristo, acordei com uma dor de cotovelo medonha, não por mulheres, mas por umas aulas que tive no Seminário (Marista) de filosofia. Uma aula muito interessante foi a reflexão do Mito da Caverna de Platão. Na época minha visão era metafísica e religiosa cristã. Infelizmente minha visão política não era tão aguçada como hoje. Aproveito agora para analisar a política e as redes sociais a partir da alegoria da Caverna de Platão, para vermos como esse Mito hoje em dia é tão atual. Um breve resumo do Mito para o leitor se situar na discussão: “Imagine uma caverna e dentro dela pessoas que nasceram e cresceram nesse espaço, todos acorrentados e presos do mundo exterior. Na caverna apenas uma fresta por onde passa um feixe de luz. Os seres só vêem a parede da caverna e nela sombras e vozes, pensam que essas sombras advindas do mundo exterior são reais. Um dos homens consegue fugir e ir de encontro com o mundo exterior, em contato com o mundo exterior percebe que tudo que via na parede eram apenas sombras e fantasias. Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá sérios riscos - desde o simples fato de ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomaram por louco e inventor de mentiras. Eis o grande dilema de quem tenta conscientizar o povo... Meus escritos nem sempre são compreendidos e muitas vezes ameaçado por represálias, e até perseguido por pessoas que estão no poder e não aceitam críticas. Numa democracia os governantes precisam aceitar essas críticas, que advêm de quem pensa de modo diferente. Já imaginou se todos os seres humanos pensassem de um modo só, o que seria de nós mortais? O belo da democracia é permitir pensamentos múltiplos, alternância no poder e oportunidades iguais para todos, sem nenhum tipo de preconceito. Nem tudo que escrevemos é verdadeiro, mas no meio de tantos escritos, existe uma vontade de acertar e conscientizar a massa para perceberem que existe um mundo exterior sem alienação, palpável aos sentidos. Quando me defronto com a mídia audiovisual recordo da Alegoria e vejo tantas pessoas acreditarem que o que vêem na TV é verdadeiro, tanto nos telejornais, novelas, documentários, falas de políticos, programas dos partidos políticos com suas mentiras, anúncios dos governantes tentando enganar o povo. É uma pena que nem todo mundo teve a oportunidade de uma formação filosófica e a própria escola não prioriza essa disciplina, por isso tantos cegos em nossa sociedade, pensando que o mundo é feito por sombras. Os políticos são os mais mentirosos: apresentam para o povo apenas sombras e muitas acreditam que o mundo real é esse propagado por políticos que enganam o povo em benefício próprio. Sobem no palanque e discursam com uma oratória que se dilui na primeira brisa; vejo a platéia como os prisioneiros da caverna que pensam que tudo que eles falam é verdade. De modo geral a sociedade capitalista é uma grande enganação. A sociedade é um grande telão onde é apresentado ao público aquilo que interessa aos grandes grupos econômicos que não tão nem aí para povo - natureza, esperança, futuro... O que vale é o lucro imediatista. As redes sociais, com a propagação da Internet, é a grande ilusão. No fundo as pessoas gostam disso, porque o sofrimento é menor. Nem todos nasceram para encarar a realidade nua e crua. Como dizem os mais velhos (sábios), é preciso sangue no olho para encarar a vida. De todos os segmentos da sociedade não existe um tão maléfico como as redes sociais, sem menosprezar o lado bom das redes, mas existe muita mentira por trás dessas redes que fazem de tudo para enrolar o povo. O Mito da Caverna foi uma alusão ao Filosofo Sócrates que tentou conscientizar a juventude de seu tempo e foi morto, acusado de corromper a juventude. Hoje tantos mártires tentam lutar por uma sociedade mais justa e acabam mortos pelos que detêm o poder político e econômico; mas... a luta continua. Só abandonam a luta os covardes e os interesseiros.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

CONTO DE FADA - "A MENINA DOS FÓSFOROS" - Minha mensagem de natal e de ano novo a todos meus amigos, familiares e leitores do meu blog. Que 2014 seja um ano de muito paz, saúde e felicidade para todos.

Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados Para chorar e fazer chorar Para enterrar os nossos mortos — Por isso temos braços longos para os adeuses Mãos para colher o que foi dado Dedos para cavar a terra. Assim será nossa vida: Uma tarde sempre a esquecer Uma estrela a se apagar na treva Um caminho entre dois túmulos — Por isso precisamos velar Falar baixo, pisar leve, ver A noite dormir em silêncio. Não há muito o que dizer: Uma canção sobre um berço Um verso, talvez de amor Uma prece por quem se vai — Mas que essa hora não esqueça E por ela os nossos corações Se deixem, graves e simples. Pois para isso fomos feitos: Para a esperança no milagre Para a participação da poesia Para ver a face da morte — De repente nunca mais esperaremos... Hoje a noite é jovem; da morte, apenas Nascemos, imensamente. Vinicius de Moraes, poeta e diplomata.

Papa: "Natal é abrir o coração para receber Jesus"



Aproximamo-nos de mais um natal. A mídia de olho no 13º salário enfeitiça os consumidores através de comerciais de vários produtos, trazendo à tona a falsa ilusão que a felicidade está nos produtos apresentados nas vitrines televisivas. Enquanto os consumidores ávidos correm atrás das compras de final de ano; nesse ínterim nossos irmãos do sertão padecem da seca que castiga o torrão nordestino. A água fornecida por carros pipas, contaminada, como noticiou a mídia nesses dias que antecedem o natal. A corrupção usurpa até os mais pobres nas suas necessidades básicas, no caso a água.
O capitalismo não perdoa nem as datas religiosas, transformam tudo e todos em mercadoria, e depois do ano novo ressaca e sonhos frustrados.

“Entra ano, sai ano, cada vez fica mais difícil
O pão, o arroz, o feijão, o aluguel.
Uma nova corrida do ouro
O homem comprando da sociedade o seu papel.”

No natal não vejo, por parte dos cristãos, uma reflexão substancial em relação ao nascimento do salvador; o que esse menino filho de um carpinteiro representou de concreto para a humanidade e continua representando (?). As igrejas cristãs também aproveitam o ensejo para faturarem financeiramente, as igrejas evangélicas; a igreja católica com seus sermões medievais, se restringindo mais no campo teológico e menos no político-social. Alguns religiosos imbuídos dos valores evangélicos fazem uma crítica mais social, porém uma minoria dentro da igreja católica assume esse papel profético.

Durante o natal a boiada é estourada, todos correm as compras munidos dos cartões de crédito, cheque e dinheiro, compram até ‘estourar’ os cartões. Comem e bebem como a aristocracia romana antiga, nas suas orgias. Os shoppings lotados de pessoas fazendo compras para o Natal, presentes para todos os familiares e amigos; os que tem poder aquisitivo. A palavra de ordem da boiada é “queimar” tudo, que se dane o dia de amanhã.

Nem tudo no natal é negativo. Vejo com bons olhos no natal a reunião das famílias que se juntam para comemorar a vinda do salvador, juntas as famílias celebram a mensagem natalina a partir do evangelista Lucas:

“Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz, e teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2, 6-7).  

Na Semana Santa os cristãos refazem os caminhos da via crúcis, muitas orações regrada à lágrimas, promessas, no entanto mudança para valer não se ver. É triste saber como chegamos ao fundo do poço em termos de espiritualidade nos dias atuais. A conformidade com a violência assusta, com a impunidade, com a corrupção e falta de moral diante dos valores humanos não mais comove as pessoas, tudo passa despercebido pela maioria. De tanto presenciar tantas atrocidades aos direitos humanos estamos imunes, parece que nada acontece fora dos muros das nossas casas.

A Semana Santa deveria ser um momento de reflexão para todos os Cristãos, a doação de um homem que deu a sua vida a serviço do próximo, acreditando numa sociedade mais justa, sem opressão e dominação, seja religiosa ou política. Foi entregue pelos judeus aos romanos para ser crucificado. Jesus Cristo criticava a prática dos judeus no trato das coisas sagradas, bateu de frente com os romanos, farisaísmo, saduceus (seitas religiosas da época de Cristo). Temerosos dos  ensinamentos de Cristo que a cada dia arregimentava mais discípulos, os fariseus resolveram entregar Cristo aos romanos, acusando-o de desejar ser o rei dos judeus e por fim a dominação romana na região.

 Cristo foi entregue a Pôncio Pilatos que tentou livrá-lo da condenação, porque não via em Cristo nenhuma culpa, porém o circo montado pelos fariseus estava feito para condenar Cristo e soltar Barrabás, a plebe preferiu soltar um “criminoso” a Cristo inocente. Sua culpa desejar um mundo mais justo, onde não houvesse separação de classes sociais.

Na sexta-feira santa muitos Cristãos se embriagam com vinho para “celebrar” a morte de Cristo, vinho de péssima qualidade, os que bebem imaginam que é vinho de qualidade, contudo é apenas a borra das uvas que aproveitam para fabricar essa bebida chamada de “vinhos santos”, São Brás, São Francisco, Dom Bosco..., pense numa ressaca, a de vinho. O vinho bom é para degustar e não encher a cara até virar a perna e “botar boneco”, aliás, o que tem ver a via crúcis com embriaguez (?), não vejo nos Evangelhos nenhuma passagem bíblica que incentive essa prática etílica.

A Páscoa é vida nova, Ressurreição. A Páscoa é um convite aos cristãos de boa vontade a mudarem de postura em relação aos seus semelhantes, a si próprio, deixar o egoísmo pela coletividade, eis o propósito da Ressurreição. Nos dias de hoje o capitalismo transformou a data numa corrida por consumo de chocolate, o que tem a ver Páscoa com ‘ovos de chocolate’?
Tantos seres humanos sem um porto seguro, jovens viciados em drogas e no tráfico, sertanejos com sede, guerras intermináveis e sem sentido, bastas percorrer os países mais pobres do mundo e veremos que a mensagem cristã não foi ouvida por todos, nem assimilada, como posso ser feliz enquanto meus irmãos morrem por falta de comida, de agasalho para conter o frio das ruas, abandono...

“Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
dando milho aos pombos”.

 Não é por falta de comida, pois a tecnologia nos proporciona safras recordes de grãos, mas por ganância dos que detêm o poder e querem ganhar cada vez mais em detrimento dos mais pobres.

Seria interessante que nesse Natal, nossa celebração natalina fosse compartilhada com os mais necessitados e fôssemos solidários com os nossos semelhantes mais carentes. E nunca perder a nossa criticidade perante esse sistema econômico injusto que maltrata os mais pobres.

  


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A Maçonaria no Aracati

A cidade de Aracati teve grande importância econômica no Ceará - daí o período áureo; justamente,  por ser um centro comercial e pecuarista e sobretudo por causa da carne de charque. Por conta da sua importância comercial, é possível que tenha sido o local noqual se instalaram as primeiras lojas maçônicas do Ceará, entre as décadas de 1820 e 1830.

A historiadora Berenice Abreu defende a tese, segundo a qual a maçonaria surgiu de modo pioneiro no Aracati: “É bem possível que a maçonaria tenha aparecido primeiramente em Aracati, uma das poucas localidades da Capitânia do Ceará até meados do século XIX em que se podiam respirar ares urbanos” ( Cf. ABREU, 2009, pág. 58).

Porém essas afirmações carecem de provas documentais. A Confederação do Equador ali montou seu quartel-general; tinha membros da maçonaria, todos os movimentos revolucionários do Brasil sempre tinham maçons nos seus quadros. Tal engajamento explica-se pelos ideais da Revolução Francesa (ideologia iluminista) que tinha como lema a liberdade, a fraternidade e a igualdade. Porém, não significa dizer que o Aracati tivesse maçons, pois a cidade era pacata, tradicional e religiosamente alienada.

Quando os confederados estiveram em Aracati, Tristão Gonçalves, Luiz Inácio de Azevedo (apelido Bolão) e tantos outros, a elite local fugiu da cidade para Mossoró, ou para seus sítios nas cercanias da cidade. Assim, a permanência do aquartelamento do presidente Tristão Gonçalves foi de poucos dias em Aracati, reunindo suas tropas no dia 23 de outubro. Partiu Gonçalves para o interior no intuito de fortalecer suas tropas com as de José Pereira Filgueiras, no entanto Gonçalves foi morto em Santa Rosa. Outros confederados - como Azevedo Bolão, Padre Mororó, Pessoa Anta, Francisco Ibiapina e Feliciano Carapinima foram fuzilados em Fortaleza.

Interessante era a compreensão das pessoas letradas criticando a Proclamação da República, associando-a à  maçonaria e vice-versa; isso acontecia porque, a partir deste evento, o Estado Republicano cortou os privilégios da igreja, tornando o Estado laico. Sabe-se que os religiosos estavam acostumados a mamar nas tetas do Estado Monárquico. A professora Francisca Clotilde escreve um artigo, Liberdade?, no jornal O Rosário, criticando a República de Portugal:

Pobre Portugal! Arrancaram-te teu Deus,
o teu rei, tua liberdade, tua paz,
republicanizaram-te às pressas,
e ainda por cima cantam a Marselhesa...



A informação documental acerca da fundação da maçonaria data-a em torno de 1922; se chamava Loja Maçônica Fraternidade de Aracati. No ano de 1924 o casal Clóvis Malveira Nunes e sua esposa, Elza Meireles Malveira, doaram à maçonaria de Aracati um prédio na Rua Conselheiro Liberato Barroso, nº. 132. A partir desse momento as mentes retrógradas da cidade perceberam que a implantação da maçonaria no Aracati era pra valer! Imagine uma cidade tradicional como Aracati - alimentada intelectualmente por crenças religiosas - e de repente ter que conviver com maçons no mesmo espaço?

Dois movimentos que arrepiavam os cabelos dos religiosos católicos eram o comunismo e a maçonaria. O confronto começou a partir de uma poesia do padre Correia de Almeida com o título A Hora Final em setembro de 1927; criticava os católicos que porventura viessem participar da maçonaria. Em novembro de 1927 José Barbosa Lima publica outro boletim contra a maçonaria com o título: Ao Público Aracatiense. O boletim defendia a reputação do fervoroso católico Antonio Felismino Filho, proprietário do jornal periódico católico O Rosário.

A concretização da loja maçônica no Aracati se realiza no domingo, dia 27 de janeiro de 1929, publicado no jornal A Região, fundado aos 03 de fevereiro de 1929. Para o evento veio uma delegação de maçons da Capital cearense: Dr. Álvaro Fernandes, Josias Moura, Antonio Pacheco, Augusto Carlos, Fenelon Ribeiro, Tenente Osimo de Alencar, Dr. Alcides Valente, Américo Justa, Joaquim Cafumba, Dr. Epifânio Leite, Job Roiz, Luis França de Oliveira Lima, Henrique Hellery, Paulino Siqueira Campos, advogado Francisco Queiroz, Francisco Gonzaga, José Alencar Araújo e Francisco Falcão. Maçons aracatienses que participaram do evento: Bruno Porto da Silva Figueiredo (comerciante), Teófilo Pinto (funcionário público), Antonio Leôncio (vereador), Aluísio Porto (comerciante),Joaquim Porto Caminha (funcionário público),Júlio Caminha Freire(funcionário do lorde),Clóvis Malveira ( comerciante), Alexandre Ferreira Costa Lima (funcionário público),Francisco Sales Gurgel ( comerciante), Eliezer Cavalcante ( funcionário da fábrica Santa Tereza), e Garcez de Castro (funcionário da Casa Costa Lima).

Não consta no livro do autor Antero Pereira filho a atuação da maçonaria de Aracati em algum evento político de envergadura. Crê-se que ficou mais no campo da filantropia, ajudando os pobres com distribuição de esmolas - prática condenada pela igreja local que via nessa ação oportunismo da maçonaria. No dia 30 de junho de 1930 a maçonaria lança seu jornal: A Liberdade, tendo como redatores os maçons Bruno Porto da Silva Figueiredo (Major Bruno), Eliezer Cavalcante e o expoente maior da maçonaria de Aracati, Clóvis Malveira.

Vale registrar nesse artigo que o maçom Clóvis Malveira deu asilo político ao Dr. Mozart Catunda, ex-secretário de polícia do Estado do Ceará, deposto do cargo pela Revolução de 30. No dia 24 de janeiro de 1932, domingo, a loja maçônica Fraternidade de Aracati realiza uma solene sessão em comemoração ao 3º aniversário da sua fundação. A loja maçônica vai se consolidar, embora temporariamente, no dia 19 de fevereiro de 1933 com sede própria na Rua Conselheira Liberato Barroso, 132. Nesse evento não se tem muitas informações, parece que a solenidade se restringiu aos membros da maçonaria.

No ano de 1935 a conjuntura política de Aracati passará por profundas mudanças. Outras forças políticas vão interagir no Aracati, no caso a LEC – Liga Eleitoral Católica, que vai atrair para sua militância muitos aracatienses fervorosos. Outro movimento de abrangência nacional e que teve atuação firme em Aracati foi o movimento integralista, fundado por Plínio Salgado sedimentado nas ideias do fascismo italiano. Teve no Aracati uma atuação muito viva com seus desfiles, símbolos e ideias nacionalistas. Carece de um estudo aprofundado esse movimento integralista em Aracati, vez que, sem sombra de dúvida, foi o movimento que mais arregimentou pessoas para suas fileiras.

Dessa forma, aos poucos a maçonaria  definhava diante dos novos movimentos políticos e religiosos de Aracati. Em 28 de 1935 a maçonaria fazia sua última reunião. O último embate de maçons e católicos se deu em julho de 1937. O Dr. Eduardo Dias contestava um membro da maçonaria num escrito com o título em latim: Veritas super omnia, o pensamento deveria ter sido escrito assim: Veritas est super omnia amanda et sequenda. Acredita-se que expressaria melhor a opinião do Dr. Eduardo Dias. Traduzindo para o português – “A verdade deve ser amada e seguida acima de tudo”.

O golpe que quebrou as pernas da maçonaria e deixou-a agonizando aconteceu a partir de um boato conforme o qual o governo federal proibia o funcionamento das lojas maçônicas em todo o  território nacional, como atesta uma reportagem do jornal O Povo de 22 de outubro de 1937. A verdade chegou tarde: a maçonaria em Aracati padecia... O golpe de misericórdia foi dado pelo padre Abdon Valério que estrategicamente convocou as figuras ilustres e maçons para um retiro espiritual; ao cabo, todos os cidadãos que participaram do ato abnegaram a maçonaria e queimaram os livros maçons - como atesta o historiador Antero Pereira no seu livro A maçonaria em Aracati:

“Ao final de uma solene missa realizada na elitizada igreja do Bomfim, o padre Valério preparou uma cerimônia para que os maçons arrependidos abjurassem da ordem maçônica que haviam pertencido, e voltassem ao convívio da igreja católica, queimando livros dos rituais maçons numa liturgia parecida com aquelas realizadas na idade média”. Ficavam, pois, para trás os ideais maçônicos sonhados por idealistas que desejavam um Aracati liberto, fraterno e igualitário.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mensalão: A Justiça tarda, mas não falha



A mídia nesses dias noticiou aos quatro cantos a prisão de José Dirceu, ex-ministro, José Genoíno, ex-presidente do PT e Delúbio Soares, ex-tesoreiro do PT e outros condenados. Sempre duvidei da justiça brasileira, na minha visão esse julgamento acabaria em pizza. Creio que os trâmites jurídicos foi cumprido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e pelo relator do processo do mensalão Joaquim Barbosa.
O mensalão sempre existiu no Brasil, para governar é preciso comprar políticos descarados que são eleitos para representar o povo e, no entanto, estão no poder para legislar em benefício próprio e de grupos econômicos. O povão desconhece os verdadeiros objetivos do mensalão, pensam que os condenados do PT embolsaram o dinheiro e não foi isso, é salutar esclarecer os fatos.
Os cidadãos que tem uma visão crítica reconhece o histórico de José Dirceu e José Genoíno na luta contra a ditadura militar, no entanto, não se perdoa a virada política dos dois Josés ao chegarem ao poder. Todo discurso ético feito pelo PT antes de chegar ao poder foi jogado na lata de lixo em nome de uma política pragmática. O que a esquerda  condena, pelo menos os sobreviventes,  são as posturas do PT ao chegar ao poder; bandeiras que o PT defendia como a ética; chegando ao poder se rendeu à maneira antiga de fazer política. Infelizmente no Brasil só se governa desse modo, comprando senadores, deputados, vereadores. A corrupção vai do mensalinho ao mensalão. Não pensem que no Congresso estão para defender direitos coletivos, estão lá para defender interesses de corporações, religiosos, como a bancada religiosa, interesses agrários, empresariais e bancários. Os que estão para defender interesses do povo são ínfimos, os políticos éticos são isolados e calados para não aparecerem na grande mídia. De modo geral o Estado nasceu para defender os interesses da classe dominante.
Os militantes do PT fanáticos esbravejam dizendo que o mensalão nunca existiu; tudo é armação da direita e da grande mídia. O mensalão é um fato e não é de hoje, quem já passou pelo poder sabe muito bem disso; para governar com tranquilidade é preciso comprar políticos desonestos.  Muitos políticos foram cassados porque negaram alimentar a corrupção política. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não tem moral para falar dos condenados do mensalão, para garantir a sua reeleição comprou deputados para mudar a Constituição Federal e  não é fácil mudar uma Constituição ao bel - prazer.
A moralização da política brasileira não pode pegar “meia dúzia” de peixes graúdos e parar, é necessário se fazer uma faxina por completo, sem esconder lixo debaixo do tapete. Num país que temos um Paulo Maluf, José Sarnei, brilhante Ustra e tantos outros livres não é fácil digerir as condenações dos Josés. Figuras que nunca contribuíram com a democracia, enriqueceram a custa do Estado e o cetro nos seus Estados passou de pai para filho, constituindo oligarquias corruptas e defensoras da ditadura militar. É preciso a fila andar e punir a todos que meteram a mão no erário para se beneficiar e devolver o que foi roubado dos cofres públicos. A lição dada aos políticos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) serviu de recado para os políticos desonestos, roubar representa o risco de ir para o xilindró.
Os cidadãos torcem que esse tsunami político que passa pelo Brasil não seja apenas uma pequena tormenta, que perdure, faça justiça, moralize as nossas instituições de poder. Não tem sentido numa democracia só punir os pequenos que, muitas vezes, são vítimas do sistema capitalista, não tiveram oportunidades de crescerem como cidadãos.
É normal às críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal), acusar de condenação política, execução dos mandatos de prisão antes do tempo previsto, cerceamento político, enfim, faz parte do jogo das defesas dos réus.  O STF abriga as mentes mais brilhantes no campo jurídico, não creio que se excederam no trato dos direitos civis dos réus. O tempo vai purgar o julgamento e teremos uma visão mais clara dos fatos do mensalão. No momento rebuliço, “jus esperniandis”, quando a poeira assentar verão a condenação e os mandatos de prisão com mais objetividade e sensatez.
Daqui em diante serão muitas análises jurídicas, juristas criticando a ação STF, outros apoiando a atitude de Joaquim Barbosa. Os cidadãos que acompanham os fatos do mensalão se preparem para assistir de camarote a batalha judicial; no fim pano frio aos condenados e no mais uma condenação no semiaberto. O PT por estar no governo federal não pode usar essa prerrogativa para prejudicar o ministro Joaquim Barbosa, criando uma crise constitucional entre o governo federal e o STF.  
No próximo ano (2014) eleições, a oposição de maneira oportunista vai usar nos horários eleitorais as prisões dos petistas, por sua vez o PT vai revidar com o mensalão tucano. Nessa discussão quem perde é o cidadão, porque propostas de governo pouco se verão. O embate se restringirá no disse não disse.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ontem, mãe África, hoje, porão Negro





Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d’amplidão!
Hoje... O porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo jogado ao mar...

Na escola, nas aulas de história, nos ensinam que os negros no Período Colonial foram mão de obra escrava dos senhores da casa grande, essa discussão deveria perpassar por todas as disciplinas, no entanto só a disciplina de história é escalada para falar, muitas vezes os professores das ciências exatas não querem perder tempo em discutir com seus alunos esses fatos vergonhosos da história do Brasil.

Seria interessante lermos as poesias de Castro Alves, o “Poeta dos Escravos”, no caso, Navio Negreiro (1869), Espumas Flutuantes (1870), Vozes d’África (1868)... Para nos sensibilizar que a escravidão no Brasil foi real e que deixou sequelas na sociedade, nas suas entranhas: o preconceito, pobreza, miséria..., e todas as mazelas sociais com as quais convivemos hoje. 

Vindos do continente africano à força (muitos alunos do ensino médio pensam que a África é uma nação, um continente pouco estudado), tirados do seio familiar, apartados como animais, tirados da sua terra natal na marra, embarcavam nos navios tumbeiros para suprir as necessidades da produção açucareira no Brasil. Durante séculos, os negros serviram de mão de obra para os senhores de engenho, os doces açúcares ingeridos pelos europeus amargavam na boca dos negros.

O tratamento dispensado aos negros nos três P(s): pão, pano e pau. O negro nunca se redimiu a escravidão, sempre que podiam se rebelavam. O negro que mexeu nas estruturas da sociedade escravocrata foi Zumbi, líder dos Quilombos dos Palmares, depois de Ganga Zumba, tio de Zumbi. Zumbi organizou guerrilhas para combater os portugueses que queriam manter a escravidão eternamente e tratar o negro como mercadoria, acolheu os negros fugitivos no Quilombo dos Palmares.

A igreja católica abandonou os negros a própria sorte, não concebiam os negros como filhos de Deus, muitas autoridades eclesiásticas tinham escravos para servi-los nos mais diversos serviços.

Durante anos Zumbi lutou contra os portugueses e senhores de engenho. Foram muitas expedições lideradas por bandeirantes para destruir Palmares, sem resultados, até chegar Domingos Jorge Velho que destruiu o Quilombo dos Palmares, deixando Zumbi ferido. No entanto, um delator, Antonio Soares, entregou a localização de Zumbi ao capitão Furtado de Mendonça, que o surpreendeu. O esconderijo de Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695. Zumbi foi morto numa emboscada, lutou heroicamente, mas foi apunhalado, esquartejado e decapitado. Sua cabeça ficou exposta na cidade de Recife, Capitânia de Pernambuco. Sem uma liderança Palmares resistiu até 1710, quando se desfez definitivamente.  

Até hoje nós temos os descendentes dos antigos moradores dos quilombos, chamados de quilombolas que  vivem em áreas demarcadas pelo governo e tentam manter suas tradições.
Em 2003, por meio de uma lei federal esse dia foi declarado como o Dia Nacional da Consciência Negra. Essa mesma lei tornou obrigatório o ensino sobre a História e Cultura Afro-brasileira. Agora, em todas as escolas do país, os alunos estudam a história da África, a luta dos negros no Brasil que não sucumbiram diante da dominação branca.

A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei que institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.  O texto da Lei nº 12.519/11 aponta que a comemoração será anual, em 20 de novembro. Lembra a data do falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares. O assassinato de Zumbi ocorreu no ano de 1695. O mínimo que se poderia fazer em relação aos sofrimentos aplicados aos negros, de maneira covarde. Que essa data seja de reflexão. Vale ressaltar que esse dia não é feriado em todas as cidades do Brasil. Em nosso meio existe ainda muito preconceito com o negro, discriminação em achar que todo negro pobre é bandido...

Escrito pelo professor Wellington Pinto.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Os sobreviventes da pobreza

Há dois de tipos de sobreviventes, os de guerra e os da pobreza extrema. Ambos guardam marcas indeléveis para o resto da vida. Porém as marcas mais profundas de difícil cicatrização são os sobreviventes da pobreza, tanto é que carregam consigo marcas físicas, cicatrizes e marcas psicológicas. As guerras também deixam marcas profundas de difícil cicatrização, vejam as grandes tragédias nos Estados Unidos da América, veteranos americanos cometem atrocidades a inocentes, invadem escolas e recintos sociais e matam pessoas sem justa causa. Não é fácil superar os traumas de guerra, principalmente os soldados de campo de batalha, os frentistas. Nesse caso gostaria de analisar os sobreviventes da pobreza que aparentemente não apresentam sequelas. Mas numa análise clínica percebemos que os traumas que carregam com eles, são para o resto da vida. Os traumas físicos se percebem visivelmente, cicatrizes de sarampo, catapora, quedas... Na boca, a falta de dentes e cáries que são verdadeiras crateras lunares... A saúde comprometida de tanto comer porcarias ao longo da vida, diabetes, doenças coronárias, cirrose hepáticas (cachaça para amenizar as dores de cotovelo e os sofrimentos), hipertensão... No aspecto psicológico são doenças não visíveis, mas que maltratam para o resto da vida. Todos os tipos de doenças psicológicas, depressão. Ansiedade, transtorno bipolar, TDAH, esquizofrenia e doenças psicossomáticas. Todos estão sujeitos a estas doenças pelo estilo de vida moderna, porém os mais sofridos são os pobres que não tem condições para diagnosticar essas doenças, nem condições financeiras para trata-las, resta para esses doentes o isolamento, sofrimento e a segregação social. Para os ricos o divã psicanalítico... A criminalidade se encontra no meio dos mais necessitados, os que cometem crimes, seja lá o que for, são os negros e os mais pobres. Ninguém nasce ruim, mas o sistema econômico, no caso o capitalismo, empurra as pessoas para a marginalidade, o sistema é seletivo e perverso, é escolhido de acordo com os bens materiais. A mídia incentiva à violência com suas propagandas de fundo psicológico, incentivando as pessoas a consumirem de maneira desenfreada. Na sociedade capitalista o caráter é medido pela quantidade de bens materiais, por mais que o camarada seja corrupto, mas tendo posses é o herói da cocada branca. Os políticos é uma prova da impunidade, roubam abertamente e não são punidos. Tem ao seu lado os grandes escritórios de advocacia. Retomando aos fatos iniciais, o pobre sofre demais e só lembrados em época de eleição. Não possui nada de qualidade, moradia, saúde, educação, segurança, transporte, trabalho digno... Sempre objetos de manipulação dos políticos e não percebem essa manobra política, porque o essencial seria uma educação de qualidade. Os políticos jamais vão garantir esse pressuposto de valor, porque não querem que os mais pobre pensem. O pobre continuará ferrado a ferro quente, marcado como gado, isso me faz lembrar uma música do Zé Ramalho, Eh, ôô, vida de gado Povo marcado, êh Povo feliz...

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Não se nasce mulher: torna-se

A revolução industrial trouxe a humanidade muita desgraças, no quesito social. No entanto, não vamos, nesse artigo, adentrar questões econômicas ligadas à exploração capitalista que perdura até hoje. Nosso interesse, aqui, é reconhecer os avanços das mulheres na sociedade capitalista, tomando como referencial a feminista Simone de Beauvoir. Ao longo da história, a mulher sempre foi explorada e submissa pelo sistema econômico vigente e pelo macho. Até hoje em pleno século XXI a mulher continua sendo violentada pelo homem, basta vermos os índices de violência contra a mulher. A mulher precisa de uma delegacia especial para protegê-la dos excessos machistas. As religiões têm reforçado esse controle do homem sobre a mulher. Os textos bíblicos, por exemplo, escritos pelos hagiógrafos machistas puseram a mulher num patamar de submissão. As grandes religiões, no caso o judaísmo, cristianismo e islamismo enlataram a mulher dentro de uma cultura de opressão, o homem pode fazer tudo, a mulher não, se transgredir as leis religiosas, a mulher corre o risco de ser apedrejada, morta ou excluída da sociedade. “Era-me mais fácil imaginar um mundo sem criador do que um criador carregado com todas as contradições do mundo”. O trabalho permitiu a mulher se libertar do jugo machista. Durante a revolução industrial a exploração à mulher era muito mais degradante em relação aos homens. Apesar do sistema capitalista não poupar nenhum trabalhador do trabalho desumanizador, crianças, mulheres e homens... “É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem; somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta”. Nos dias atuais a mulher tem alcançado patamares jamais imaginados por elas. No passado algumas profissões só cabiam ao homem, à mulher não podia, pois a moral machista impedia. Durante muito tempo se pensou que somente o homem gozava; a mulher não tinha orgasmo. O homem subia em cima na posição papai-mamãe, metia a “rola” e pronto. A função matrimonial apenas de procriar e manter a casa organizada: roupa lavada; alimento à mesa, além do tocar piano com a finalidade de alegrar as visitas. As mulheres num processo de ascensão social foram conquistando espaços na sociedade machista. Ainda há muito machismo na sociedade, mas aos poucos esses paradigmas de dominação estão sendo superados. No Brasil temos uma presidenta da República, assim como em vários países do mundo. Em todos os setores profissionais a mulher estar presente, exercendo seu trabalho com profissionalismo. A educação também contribuiu de maneira significativa para a liberdade da mulher. Abriu os olhos, a mente, a boca para reivindicar seus direitos. As redes sociais aproximaram as mulheres de outras culturas libertárias, fazendo-as refletirem quanto seu papel de mulher na sociedade. Somente os brutos não aceitam essa liberdade conquistada pelas mulheres com sangue, suor e lágrimas. “Que a liberdade seja a nossa própria substância”.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Educação de antigamente e de hoje

Não se faz mais sala de aula como antigamente não falo nos tempos da palmatória que cantava de galo, mas daquelas aulas que o aluno aprendia de verdade. O bom aluno tinha prazer de aprender, aprendizagem com cultura, esporte e lazer, a aprendizagem não se resumia apenas em conhecimentos. Não havia na escola o fantasma das drogas, os vícios da garotada se resumia numa explosão de hormônios que acabava numa punhentinha pensando naquela gostosa da escola. As amizades eram mais sinceras, as discussões sobre assuntos escolares, brigávamos no bom sentido para mostrar que a nota melhor pertencia a fulano, a beltrano, a ciclano... Hoje o aluno tira uma nota ruim e faz questão de mostrar, como se fosse um troféu. O professor era respeitado, não por autoritarismo, mas por dominar a disciplina com maestria. Havia disciplina na sala de aula, todos ligados aos conteúdos, já visando tirarem uma boa nota. O esporte muito atuante na escola, todos os dias a escola abria seus portões para acolher os alunos na prática esportiva. No auditório, peças teatrais que reuniam os alunos naquelas datas especiais. Hoje o que se observa é a epidemia da pedra tomando conta da juventude e dentro da escola. A sociedade, refém dos traficantes que mostram as caras abertamente. A escola não consegue proteger seus alunos das drogas, escolas sucateadas, professores desanimados e pais ausentes das obrigações escolares. Na escola faltam válvulas de escape para os jovens descarregarem suas energias, no esporte, na cultura, no lazer. Estas válvulas estão ausentes da escola pública, falta estrutura. É bem certo que as escolas do passado não eram um paraíso, mas em termos de conhecimentos até hoje continuam insuperáveis, vale ressaltar que naquela época não havia a tecnologia que temos hoje, mas havia a leitura, os alunos liam com prazer. Hoje para um aluno ler um livro, só obrigado, tem que valer pontos, não lê por prazer, mas por obrigação. A indisciplina campeia as aulas, o professor não consegue dar uma aula, os alunos conversam feitos matracas e muitos professores não estão nem aí, o velho ditado: o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende. Do jeito que a educação caminha não vai chegar a lugar nenhum, numa época que o conhecimento é tão importante. Os alunos são empurrados para a série seguinte sem preparo mínimo. Alunos terminam o ensino médio sem saber ler e escrever, sem criticidade, sem profissionalização. Onde vamos chegar? Uma certeza é certa, vamos chegar aonde à classe dominante quer que cheguemos de simples espectadores sociais, continuarão se perpetuando no poder, passando o cetro do poder político de pai para filho.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Democracia com transparência

Muito se fala de democracia no Brasil e pouco se ver. Os princípios que nortearam a nossa democracia foram alicerçados pela “democracia grega”, no caso a cidade de Atenas. Mais tarde outros princípios vieram contribuir para o fortalecimento da democracia, a ascensão da burguesia ao poder, no início revolucionário, depois o “Terror”, a guilhotina passou a lâmina em várias cabeças pensantes, que questionavam a forma como era conduzida a Revolução Francesa. Os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade deram a democracia um arcabouço mais sólido do que seja democracia, no entanto a burguesia se aproveitou desses princípios para si e fez deles a sua bandeira. Vou me deter num princípio mais moderno, a TRANSPARÊNCIA DA COISA PÚBLICA, a República. Os nossos políticos tratam a coisa pública como um bem pessoal, usufruem dos bens públicos de maneira vergonhosa. Os escândalos se avolumam no Brasil e ninguém é punido. Todo santo dia a polícia federal estoura uma rede de corrupção e não dar em nada, no Brasil se tornou moda roubar o patrimônio público e ficar por isso, não são presos e nem devolvem o erário do povo, que numa democracia séria são os donos desse dinheiro porque pagam impostos e bem altos. Os gestores se acostumaram a não prestar contas com a população, pintam e bordam com o dinheiro público, obras superfaturadas, mal feitas, licitações fraudulentas que favorecem os amigos, enfim um verdadeiro carnaval com o dinheiro público. Um exemplo mais concreto a minha cidade que escolhi para morar, Icapuí, na qual me presenteou com o título de cidadão, não posso me calar diante do descaso na qual a cidade passa, aguardei um ano para falar alguma coisa e agora questiono ações do prefeito que vejo que estão erradas, não julgo, nem desconfio da boa vontade do prefeito, mas o inferno está cheio de gente de boa vontade. Lúcifer até privatizou algumas covas do inferno pra ver se comporta tanta gente, numa visão dantiana. As coisas acontecem em Icapuí e o cidadão não sabe o porquê, vejamos alguns fatos: • O banco do Brasil e o BRADESCO suspenderam os empréstimos consignados dos funcionários e nós não sabemos o porquê, o que se diz é que a PMI deve aos bancos, mas quem paga ao banco é o funcionário religiosamente, pois é descontado em folha, o funcionário não tem nada a ver que a PMI não repassou o dinheiro para os bancos, se for essa a razão (?), • Mensalmente no meu contra cheque vem descontado o valor direcionado a ICAPREV, não sei quanto a ICAPREV possui em dinheiro, quais os bancos que esses valores ($) são aplicados, a taxa de juros nessas aplicações, quanto entra mensalmente, quem recebe como aposentadoria (?), • Os royalties que a PETROBRAS paga para a cidade de Icapuí quanto entra nas contas da PMI, quais as obras que estão sendo feitas com esses repasses? Quem fiscaliza? • O SAAE uma autarquia municipal, passa por dificuldades, de quanto precisa para funcionar a contento da população? Quanto entra mensalmente? Despesas gerais? Falta TRANSPARÊNCIA da PMI para o cidadão saber como seu dinheiro estar sendo gasto. O cidadão precisa participar do destino da sua cidade para se sentir parte do processo político. Os meios de comunicação com suas redes sociais, internet, rádios, jornal impresso, enfim os gestores têm meios para serem transparentes, porém precisa de vontade política, ética e o cuidado com a coisa pública, quem tem rabo preso não vai, tem medo de encarar o povo, principalmente quando tem irregularidades, fica meu recado de cidadão de Icapuí.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

História do Brasil bem contada

Contar a história do Brasil sempre será um grande desafio, pois muitos fatos foram distorcidos ao longo do tempo pela historiografia oficial, ou mesmo fatos que se perderam no tempo. O Brasil não foi “descoberto” por Portugal, muito menos descoberto. O Brasil já existia com seus nativos vivendo em plena liberdade, esbanjando saúde, felicidade... O Brasil foi invadido por várias nações europeias, saqueado e seu povo subjugado ao trabalho escravo... Até os nomes dos nativos foram apagados da história, vale ressaltar que cada nativo possuía um nome, “batizado” pela natureza; os nomes tinham uma relação direta com a mãe natureza. Os degredados que vieram para o Brasil chegaram aqui de várias formas, o rei de Portugal fez uma limpeza em Lisboa, vagabundo, criminoso, ladrão, estuprador... , puseram essa gente nos navios e enviaram para as colônias, pra cá vieram também os inimigos do rei, os náufragos sobreviventes, desertores de seus navios pelos maus tratos dos capitães das naus, ou foram desterrados por seus capitães. É tanto que quando os europeus entraram em contato com nossos nativos, encontram brancos “casados” com as nativas, exercendo na aldeia um papel importante. Servirão aos europeus mais tarde como intérpretes e guias. Essa gente constituiu a nação brasileira, com ressalvas. Valem ressaltar que esses caminhos marítimos foram visitados por vários navegadores, os aventureiros sempre riscavam o litoral, pois temiam navegar mar adentro, os mitos assustavam os intrépidos navegadores. Antes de Cabral fomos visitados por Vicente Pinzón e Diego de Lepe, não valorizados pela historiografia oficial. De 1500 a 1530 a história do Brasil é muito escassa de fatos, só a partir de 1531 com Martim Afonso de Sousa que a história será narrada de fato, os verdadeiros colonizadores os portugueses. Vale ressaltar que Martim Afonso de Sousa não veio para o Brasil para colonizar ou fundar vilas, mas explorar o rio da Prata. De 1500 a 1530 os europeus, principalmente Portugal não mostraram muito interesse pelas terras brasileiras, queriam ouro e prata, e no primeiro momento não viram essas riquezas minerais. Estavam de olhos nas riquezas do Império Inca. A atividade econômica apenas extrativista se diga que o pau-brasil não conta como ciclo econômico. Os nativos cortavam o pau-brasil e trocavam por quinquilharias com os franceses e portugueses. O nome Brasil vem dessa madeira muito apreciada na Europa, da madeira se fazia tinta. Quem realmente “descobriu” o Brasil foi o espanhol Vicente Yanez Pinzón a 26 de janeiro de 1500. O local no qual Pinzón atracou atrai muitas polêmicas, cada cidade hoje puxa a sardinha pra seu prato. Icapuí (CE) defende a tese que Pinzón desembarcou em Ponta Grossa, comunidade de Icapuí, tese pouco provável. O litoral era uma rota, é provável que Pinzón passasse de passagem. São várias as interpretações da viagem de Vicente Pinzón, A primeira indica a sua chegada ao cabo Orange, tese defendida pelo historiador luso Duarte leite, em 1926. A segunda dita por Max Justo Guedes, marca a chegada de Pinzón no Ceará, no Mucuripe , o cabo foi chamado de “Santa Maria de la Consolación”, é a tese mais consistente. A terceira ao cabo de santo Agostinho em Pernambuco, referendada por Pinzón em 1515, plausível de erros já que não existia mapas oficiais. O primeiro embate se deu com os nativos no dia 27 de janeiro no rio Formoso, hoje rio Curu, na foz das divisas da cidade de Paracuru e Paraipaba. Pinzón tentou escravizar os nativos e esses reagiram com seus tacapes, setas e dardos. Morreram vários espanhóis, oito, e muitos nativos dizimados por lanças e espadas. A primeira recepção de boas vindas dado aos povos nativos da América. Depois seguiram para outro acidente geográfico, que por suas belezas naturais decidiram chamar de “ Rostro Hermoso”, face linda. Talvez seja a praia de Jericoaquara no Ceará. O nosso litoral era tão encantador que os viajantes admiravam por mais rudes que fossem. Pindorama (“Terra das Palmeiras”, nome dado por seus habitantes) há muito tempo era conhecida pelos europeus, no entanto, Portugal em termos de conhecimentos náuticos se encontrava a frente das outras nações. Já era do conhecimento do rei a existência do Brasil. Esse segredo era guardado a sete chaves, para que outras nações não tomasse posse. Quando a esquadra de Cabral saiu de Portugal tudo estava planejado para oficializar a posse das terras. No entanto Portugal não sabia das potencialidades geográficas e econômicas do Brasil, no primeiro momento Cabral pensou se tratar de uma ilha, chamando de Ilha de Vera Cruz, quem vai resolver esse mal entendido é Gonçalo Coelho, achou muito grande para ser uma Ilha. Nessa viagem Cabral pouco se interessou pelo Brasil nesse primeiro contato (1500 a 1530). A carta de Pero Vaz de Caminha, o escrivão da esquadra, descreve o Brasil com maestria, nosso primeiro documento escrito. Continua...

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Análise da existência humana a partir da literatura

Durante muitos anos lecionei por “vocação”, mas ultimamente fui readaptado pelo Estado e pelo Município de Icapuí. Não sei bem o que pesou na minha decisão, o peso da idade ou as condições que se encontra hoje a escola pública. Diante do pensamento socrático “só sei que nada sei”, sei apenas que não suporto mais a sala de aula. Fui readaptado para o multimeio, no caso a biblioteca da escola Gabriel. Enfim, estou no meu habitat natural, os livros; aproveitei para elaborar alguns projetos no quesito leitura e música. Por outro lado, nesse ínterim, li dois livros que merecem serem analisados suscintamente, pois trata das mazelas da existência humana, a crise que a humanidade trava de tempos em tempos. Os livros “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski, “ A Metamorfose”, Franz Kafka, clássicos da literatura universal; por terem sido escritos há tanto tempo, continuam atuais para os dramas da existência humana. Valem a pena tecer algumas reflexões sobre esses dois livros. Em Crime e castigo, Raskólnikov, estudante pobre que abandona a faculdade por condições financeiras. Sua mãe é pobre e vive de pensão, a irmã trabalha como governanta onde é assediada por um senhor dono de terras, acaba perdendo o emprego por resistir ao assédio. Raskólnikov desenvolve uma teoria de sua autoria, indivíduos “ordinários” e “extraordinários”. Napoleão é o personagem de suas reflexões, se Napoleão é um sanguinário e é adorado, por que eu Raskólnikov não pode matar também uma velha agiota exploradora¿ Acaba matando a velha agiota a machadadas e a irmã da velha, Lisavieta, que estava no lugar e na hora errada. A narrativa gira em torno desses crimes. Raskólnikov não demostra arrependimento por ter matado a velha agiota, mas a irmã da velha, Lisavieta. O remorso o persegue constantemente, pois não destruiu a velha ordem matando a velha, apenas um mísero elemento do sistema capitalista. O remorso o leva a se entregar, confessando o crime para a polícia. Nas obras de Dostoiévski a dúvida e a descrença fazem parte do seu contexto, e nesse tempo-espaço o autor de “Crime e castigo” está inserido. Por isso o livro é atual, vivemos num mundo de dúvidas e descrenças, não sabemos nos dias atuais o que estar por vir, navegamos nesse mar de incertezas. O livro é um romance policial recheado de análises psicológicas dos seus personagens, prenúncio das ideias de Sigmund Freud. O livro de Franz Kafka, “A metamorfose”, traz à tona os dramas existenciais da vida humana. Gregor Samsa é um jovem caixeiro viajante, sustenta o pai, a mãe e a irmã. Acorda pela manhã transformado em um inseto, sem poder se comunicar, a família assustada o tranca no quarto para que ninguém possa vê-lo. Com o tempo se torna um fardo para a irmã que inicialmente levava comida. Num ímpeto de cólera seu pai joga maças no seu corpo, uma crava no seu dorso, deixando-o seriamente ferido. A irmã cansada pede para Gregor morrer, pois o mesmo está levando a família ao buraco, Gregor morre... O livro trabalha com vários aspectos, a solidão, a alienação, reconhecimento, valores, senso de justiça... Enquanto Gregor sustentava a família era bem quisto, a irmã sempre sorridente e receptiva a Gregor. Podemos fazer um paralelo com os dias atuais no quesito velhos na idade e os enfermos. O sistema capitalista não se interessa por aqueles que deixaram de produzir, é um fardo para o sistema, precisa eliminar como o lixo das fábricas. Trancado no quarto perdeu a noção do mundo, isolado das pessoas por ser diferente, na completa solidão. Século XXI tantas pessoas excluídas da sociedade por questões financeiras, por pensarem diferente e se comportarem por um viés que fuja aos padrões convencionais. São dois livros magníficos que merecem serem lidos. Não cabe aqui aprofundá-los, pois fugiria do nosso propósito, queremos apenas instigar a leitura desses dois romances, e que as pessoas tirem suas conclusões. Que a leitura do livro “A metamorfose” nos transformem, não em insetos, mas em cidadãos comprometidos com a mãe terra e com nossos semelhantes.

sábado, 3 de agosto de 2013

Gestão democrática escolar

A gestão escolar é a grande responsável pelos índices avaliativos da escola, sejam bons, ou ruins. É costumeiro na escola jogar a culpa nos professores, ou nos alunos. Quando a coisa vai bem, o mérito é do diretor, numa perspectiva de uma educação técnico-burocrática. A gratificação do diretor é gorda, supera em muitos casos salários de professores em início de carreira com carga horária de 200h, mas o salário é justo, se realmente os gestores façam uma gestão de qualidade. No Estado do Ceará nos últimos tempos as eleições para diretores acontecem de maneira direta, professores, funcionários, pais e alunos escolhem seus diretores de forma “democrática”. Quem escolhe o grupo gestor é o diretor, nesse quesito de escolha morre a democracia, pois na escolha não existe a participação dos docentes e discentes, é uma decisão individual do diretor, diga-se de passagem, que os escolhidos em muitos casos não entende nada de gestão, apenas apoiou o diretor e como prêmio uma vaga no grupo gestor. A aprendizagem dos alunos depende muito do ambiente escolar, a escola tem que ser prazerosa. Todos na escola devem ser tratados com igualdade, respeito, acolhimento e segurança, cabe ao diretor proporcionar esse ambiente de alegria dentro da escola. Defendo que a SEDUC avalie as escolas anualmente, principalmente o grupo gestor. Caso a escola não apresente melhorias na aprendizagem dos alunos, o diretor deve ser substituído de imediato, por que perdurar no erro durante quatro anos ¿ Na escola hoje os bons profissionais não querem mais ensinar, diante de tantos desafios o professor se sente só, pois falta a mão amiga dos gestores, muitas cobranças e pouco reconhecimento. Por isso que muitos professores brigam para compor o grupo gestor, em muitos casos ferindo a ética para chegar ao poder, não apostando no melhor para a escola. Em muitas situações o diretor não possui o perfil para ocupar o cargo, mas as vantagens financeiras falam mais alto, pouco preocupados com a aprendizagem dos alunos. Observa-se certo amadorismo nas decisões pedagógicas, exemplos que vivencio – recuperação (paralelas) em dois dias, seis em cada dia, totalizando doze matérias, a argumentação é punitiva, quem manda ficar em tantas matérias¿, outro caso, os alunos fazem educação física no período de aulas, chegam à sala suados e cansados, como pode assimilar os conteúdos fatigados pelo calor e pelo cansaço (¿), acredito que o ideal seria no contra turno, se o aluno estuda pela manhã deveria vir a tarde ou a noite, meu modo de entender. O gestor para cumprir seu papel na escola se faz necessário ter competência técnico-administrativa, sociopolítica e pedagógica. Nesse Brasil afora existem muitos gestores comprometidos com a educação, e os resultados aparecem nas estatísticas do IPEA, recentemente divulgado (2013). Libâneo nos diz que “uma escola bem organizada e gerida é aquela que cria e assegura as melhores condições organizacionais, operacionais e pedagógico-didáticas de desempenho profissional dos professores, de modo que seus alunos tenham efetivas possibilidades de serem bem-sucedidas em suas aprendizagens”.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Reforma Política Já


A Reforma Política antenada com os anseios do povo nunca acontecerá (?), é óbvio, acabaria com os privilégios dos políticos que a dezenas de anos se mantém no poder, enriquecendo ilicitamente, passando o poder político de pai para filho. É uma verdadeira dinastia de corrupção, diria que uma Reforma Política no Brasil corresponderia a uma 'revolução política', não sai do papel, vão embromar até o povo esquecer, pelos menos apostam nisso, pelo histórico do povo brasileiro, “brasileiro tem memória fraca”, será ?. No primeiro pronunciamento da presidenta Dilma ao divulgar respostas para as ruas, falou de Constituinte.  Causou uma série de polêmicas e críticas a presidenta, porque a prerrogativa cabe ao Congresso Nacional. Então se partiu para a discussão Plebiscito ou Referendo:
Plebiscito – consulta à população é feita “antes da criação da lei”,
Referendo – consulta à população ocorre apenas “depois” que os políticos já tiverem elaborado a lei.
Agora nada, se descobriu que não haverá tempo mais para um plebiscito e os gastos seriam volumosos sem aplicabilidade para as eleições de 2014. Nos acordos palacianos acharam melhor deixar o Plebiscito para o próximo ano conjugado com as eleições. Os políticos apostam que até lá, o povo esquecerá, a copa de 2014 será o grande sonífero para o gigante voltar a dormir (?).
Tem-se uma profissão no Brasil que todos almejam, é a de político. Nunca vi um político brasileiro pedir demissão, se afastar por estresse, ou deixar a vida pública. Muitos estão com os pés na sepultura, mas não abandonam o cargo eletivo, por que? As benesses são muitas, melhor que tirar na mega Sena, puderas...
O que seria uma reforma política pra valer, vamos aos fatos para entender porque a Reforma Política é repudiada pela maioria dos políticos:
Redução salarial dos políticos e toda forma de mordomias,
Fim do foro privilegiado,
Redução do nº de deputados e senadores,
Obrigatoriedade dos políticos de colocarem seus filhos em escolas públicas,
Fim do financiamento das campanhas,
Fim do voto secreto nas votações do congresso,
Fim da suplência de senador,
...................................................................................................................( espaço para o leitor interagir).
Não precisa de Constituinte, nem Plebiscito, nem Referendo, ou ambos, Plebiscito seguido de Referendo, todos sabem o que deve mudar na política brasileira, tudo isso é enrolação para enganar o povo. 
Por isso é quase impossível uma reforma séria na política brasileira. O gigante acordou, mas até quando permanecerá acordado? O povo precisa ir as ruas e não arredar o pé até haver uma reforma política decente, que moralize a política brasileira e ponha na cadeia os políticos corruptos. Dos “quarenta ladrões” pegaram apenas um, e o resto? o Chefe?
Depois que escrevi esse artigo o governo federal voltou atrás e vai realizar o Plebiscito, parece que o governo federal anda perdido pelas vozes das ruas, a terceira errata na condução da Reforma Política. 

terça-feira, 25 de junho de 2013

O gigante acordou, e agora, José?



De repente o gigante acorda e sai as ruas para protestar contra as sacanagens que nos últimos tempos o povo tem sofrido. As bandeiras dos movimentos são claras: contra o aumento das passagens de ônibus, contra a corrupção, contra a violência, repressão da polícia, transporte de melhor qualidade, contra os políticos, pela tarifa zero, segurança, saúde e educação. Direitos Constitucionais roubados do cidadão através da corrupção.

A conversa era que o Brasil não tinha jeito com essa juventude alienada, geração Coca-Cola, e de repente sem cornetas os jovens acordam e vão as ruas com bandeiras as mais diversas, reivindicando um Brasil decente. É um movimento atípico que não precisou de líderes, políticos, partidos, ideologias, acordaram com o toque das redes sociais, conclamando esses soldados da paz para a batalha.

“Somos os filhos da revolução

Somos burgueses sem religião

Somos o futuro da nação

Geração Coca-Cola”.

Música do grupo musical Legião Urbana.

A elite está atônita querendo compreender o que houve com esses jovens de classe média que parecia ter tudo e de repente não aceita mais tanta roubalheira no meio político. Promessas fantasiosas nos palanques eleitorais, uma vez eleitos os políticos viram às costas para o povo, fecha porta e janelas, desaparecem das ruas.

Muitos pensam que os jovens protestam apenas por  R$ 0,20 centavos, esse fato foi apenas o estopim dessa revolta popular que tomou conta do país e torcemos que essas manifestações não sejam apenas pólvora virando fumaça, "geração espoleta".

Os movimentos que sacudiram a década de 60 e 70 foram manifestações ideológicas, no combate ao regime militar que teve seu valor na derrubada do regime, hoje respiramos essa democracia graças a esses jovens que doaram suas vidas por um país democrático.  Os caras- pintadas no impeachment do Collor foram movidos pela mídia e pelos políticos, logo após a derrubada de Collor voltaram para casa  lavar o rosto das cores verde-amarelo.

As redes sociais nos dias atuais tem um poder fenomenal, já derrubou ditadores.  No Brasil tem conseguido chamar as ruas pessoas das mais diferentes classes sociais para protestar contra o descaso dos três poderes, principalmente o Congresso Nacional representado pelo legislativo.  Depois do arrocho das ruas os três poderes resolveram fazer alguma coisa e parece que agora a coisa é pra valer. Mas precisa que o movimento continue nas ruas, senão tudo  não passará de mais uma tentativa de reformas, se acontecer essas reformas sem a participação popular serão superficiais.

Na história do Brasil tivemos várias reformas sem a participação popular, no caso a Independência do Brasil, a Proclamação da República onde o povo assistiu bestializado.

Os movimentos mexeram com os poderes constituídos, já conseguimos a primeira vitória, a derrubada da PEC 37, os jovens não podem nesse ínterim baixar a guarda, o momento é esse por reformas que o povo tanto almeja, é agora ou nunca, jamais teremos uma oportunidade tão real como esse embate político vivido no Brasil.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cada escola tem o diretor que merece


 As eleições para diretores do Estado do Ceará deixaram de ser um exercício democrático, dentro de uma perspectiva cidadã, dentro da minha experiência na Escola Gabriel Epifânio dos Reis, Icapuí. O período eleitoral se transformou em politicagem dentro da escola, os grupos privilegiados dentro da escola juntamente com o grupo gestor usam a direção para amedrontar os professores e funcionários que prestam serviço, os mais frágeis da escola, obrigando-os a votarem no diretor que exerce o poder no momento.
Os verdadeiros objetivos das eleições para diretor há muito tempo se transformaram em política partidária. Alguns vereadores se metem nas eleições para garantir que seus preteridos saiam vitoriosos para no futuro ter esse espaço eleitoral.
Hoje as escolas do Estado abrigam funcionários fantasmas que poucos aparecem na escola, professores lotados em setores sem operacionalidade, professores rígidos nas notas que de repente viram papais noéis, mas são amigos do rei, por isso protegido.  Os professores críticos que não aceitam essa situação são perseguidos pelo grupo gestor, dificultando a vida do professor e excluindo do processo pedagógico.
Os cargos são negociados entre o grupo, não é discutido democraticamente. O s professores que não cumprem horário na escola, que faz corpo mole no trabalho, fica a promessa de não incomodar, deixar livre para outras atividades políticas.
As reuniões que são feitas pelo grupo que administra a escola no momento, não se reúnem para discutir propostas pedagógicas, mas para descobrir os pontos fracos do outro candidato e espalhar boatos para atingir o adversário. Estratégias são montadas para derrubar o outro grupo a qualquer custo, “os meios justifica os fins”, na mentira, na pressão, na boataria... 
Participei de duas eleições para diretor para nunca mais, não ganhei nenhuma, porque pensei que os embates eram para discutir propostas, que nada, usam artimanhas só vista no período do “Terror” da Revolução Francesa, pós-revolução. Não tem guilhotina, mas tem a pressão psicológica. No momento estou afastado da sala de aula e faço tratamento psicológico devido às pressões dentro da escola.
As denúncias feitas via Ouvidoria não são apuradas, se dilui no ar. O denunciante fica por mentiroso, o grupo gestor fabrica uma mentira para desmoralizar o professor diante da CREDE, é tudo bem armado para garantir privilégios dos que estão no poder enganando, percebem para administrar a escola, no entanto fazem outros afazeres que não tem nada a ver com a escola.
Depois das eleições o grupo vitorioso que se encontra no poder começa a montar os cargos numa relação vertical, para os apoiadores tudo, e para os perdedores o pão que o diabo amassou. Professores de serviço prestado que apoiou o outro são despachados, não recebem nem um obrigado; só diz: “bem que te falei para ficar comigo, se tivesse estaria aqui agora trabalhando”. Os concursados como não podem colocar pra fora, contudo  dificulta no horário, na seleção de turmas, e por mais que o professor seja competente não é chamado para compor o grupo gestor, fica a ver navios.
Nessa história quem perde são os alunos, porque o corpo docente fica dividido, rivais, não consegue juntar os pedaços quebrados durante o pleito. São quatro anos de intrigas, disse não disse e a escola afundando e os alunos também. A forma das eleições para diretores precisa urgentemente ser revistas, a forma hoje não é democrática, o diretor que vai para a reeleição se beneficia do cargo pressionando os professores e funcionários. Aliás, a reeleição não é salutar para o processo de escolha de diretores, o tempo que o diretor fica na direção, no caso quatro anos é tempo demais, acaba se confundindo a escola com a casa dele.
As eleições que acontecerão em junho (2013) excluíram os alunos dos primeiros anos da votação( depois de escrito esse artigo a SEDUC permitiu que todos os alunos das escolas do Estado votem, venceu a democracia), e, porque os alunos tem menos que três meses na escola, vale salientar que o ano letivo no Estado do Ceará (2013), as aulas começaram muito tarde por conta da greve, os alunos dos primeiros anos vão conviver com esse diretor durante três anos sem terem votado, é muito errado esse impedimento no Edital.
Cabe a Secretaria do Estado, na pessoa da Izolda Cela, moralizar as eleições para diretor, porque a forma que é feita não tem surtido os objetivos esperados; rever alguns pontos do Edital que não comunga com a democracia, porque excluir os alunos do pleito fere os princípios democráticos.





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