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A mídia nesses dias noticiou aos quatro cantos a prisão de José
Dirceu, ex-ministro, José Genoíno, ex-presidente do PT e Delúbio Soares,
ex-tesoreiro do PT e outros condenados. Sempre duvidei da justiça brasileira,
na minha visão esse julgamento acabaria em pizza. Creio que os trâmites
jurídicos foi cumprido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e pelo relator do
processo do mensalão Joaquim Barbosa.
O mensalão sempre existiu no Brasil, para governar é preciso
comprar políticos descarados que são eleitos para representar o povo e, no
entanto, estão no poder para legislar em benefício próprio e de grupos
econômicos. O povão desconhece os verdadeiros objetivos do mensalão, pensam que
os condenados do PT embolsaram o dinheiro e não foi isso, é salutar esclarecer
os fatos.
Os cidadãos que tem uma visão crítica reconhece o histórico
de José Dirceu e José Genoíno na luta contra a ditadura militar, no entanto,
não se perdoa a virada política dos dois Josés ao chegarem ao poder. Todo discurso
ético feito pelo PT antes de chegar ao poder foi jogado na lata de lixo em nome
de uma política pragmática. O que a esquerda condena, pelo menos os sobreviventes, são as posturas do PT ao chegar ao poder; bandeiras
que o PT defendia como a ética; chegando ao poder se rendeu à maneira antiga de
fazer política. Infelizmente no Brasil só se governa desse modo, comprando
senadores, deputados, vereadores. A corrupção vai do mensalinho ao mensalão. Não
pensem que no Congresso estão para defender direitos coletivos, estão lá para
defender interesses de corporações, religiosos, como a bancada religiosa,
interesses agrários, empresariais e bancários. Os que estão para defender
interesses do povo são ínfimos, os políticos éticos são isolados e calados para
não aparecerem na grande mídia. De modo geral o Estado nasceu para defender os
interesses da classe dominante.
Os militantes do PT fanáticos esbravejam dizendo que o
mensalão nunca existiu; tudo é armação da direita e da grande mídia. O mensalão
é um fato e não é de hoje, quem já passou pelo poder sabe muito bem disso; para
governar com tranquilidade é preciso comprar políticos desonestos. Muitos políticos foram cassados porque
negaram alimentar a corrupção política. O ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso não tem moral para falar dos condenados do mensalão, para garantir a
sua reeleição comprou deputados para mudar a Constituição Federal e não é fácil mudar uma Constituição ao bel -
prazer.
A moralização da política brasileira não pode pegar “meia
dúzia” de peixes graúdos e parar, é necessário se fazer uma faxina por
completo, sem esconder lixo debaixo do tapete. Num país que temos um Paulo
Maluf, José Sarnei, brilhante Ustra e tantos outros livres não é fácil digerir
as condenações dos Josés. Figuras que nunca contribuíram com a democracia,
enriqueceram a custa do Estado e o cetro nos seus Estados passou de pai para
filho, constituindo oligarquias corruptas e defensoras da ditadura militar. É preciso
a fila andar e punir a todos que meteram a mão no erário para se beneficiar e
devolver o que foi roubado dos cofres públicos. A lição dada aos políticos pelo
STF (Supremo Tribunal Federal) serviu de recado para os políticos desonestos,
roubar representa o risco de ir para o xilindró.
Os cidadãos torcem que esse tsunami político que passa pelo
Brasil não seja apenas uma pequena tormenta, que perdure, faça justiça,
moralize as nossas instituições de poder. Não tem sentido numa democracia só
punir os pequenos que, muitas vezes, são vítimas do sistema capitalista, não
tiveram oportunidades de crescerem como cidadãos.
É normal às críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal), acusar
de condenação política, execução dos mandatos de prisão antes do tempo previsto,
cerceamento político, enfim, faz parte do jogo das defesas dos réus. O STF abriga as mentes mais brilhantes no
campo jurídico, não creio que se excederam no trato dos direitos civis dos
réus. O tempo vai purgar o julgamento e teremos uma visão mais clara dos fatos
do mensalão. No momento rebuliço, “jus esperniandis”, quando a poeira assentar verão
a condenação e os mandatos de prisão com mais objetividade e sensatez.
Daqui em diante serão muitas análises jurídicas, juristas
criticando a ação STF, outros apoiando a atitude de Joaquim Barbosa. Os
cidadãos que acompanham os fatos do mensalão se preparem para assistir de
camarote a batalha judicial; no fim pano frio aos condenados e no mais uma
condenação no semiaberto. O PT por estar no governo federal não pode usar essa
prerrogativa para prejudicar o ministro Joaquim Barbosa, criando uma crise
constitucional entre o governo federal e o STF.
No próximo ano (2014) eleições, a oposição de maneira
oportunista vai usar nos horários eleitorais as prisões dos petistas, por sua
vez o PT vai revidar com o mensalão tucano. Nessa discussão quem perde é o
cidadão, porque propostas de governo pouco se verão. O embate se restringirá no
disse não disse.
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