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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Avaliação dos diretores de turmas – referência escolar: Escola Gabriel Epifânio dos Reis – Icapuí-CE-Brasil Avaliação dos diretores de turmas – referência escolar: Escola Gabriel Epifânio dos Reis – Icapuí-CE-Brasil



Desde que a Secretaria de Educação do Estado do Ceará assumiu a pasta, observamos uma preocupação com as séries iniciais do ensino médio. Foi observado que nessas turmas de 1º anos a leitura e escrita têm sido um empecilho para os alunos compreenderem outras disciplinas. Então se montou estratégias educacionais para sanar a problemática. Para os conteúdos se criou um projeto chamado “Primeiro, Aprender!” conhecimentos básicos com muita leitura pra os alunos dessas séries: “ Primeiro, Aprender! – Ler bem para aprender pra valer”. Em termos de acompanhamento pedagógico constatou-se a evasão e reprovação, então se criou o diretor de turma, experiência importada de Portugal. Nesse momento vamos discorrer sobre o diretor de turma, quanto ao “Primeiro, Aprender!” deixaremos para o segundo tempo do jogo.
Em 2007 a professora portuguesa Haidé Eunice Gonçalves Ferreira Leite apresentou no encontro estadual o tema “Diretor de Turma”, onde muitos educadores se encantaram com a proposta pedagógica e resolveram pôr em prática em três cidades cearense: Eusébio, Canindé e Madalena. A SEDUC sabendo dos bons resultados resolveu implantar nas escolas públicas do Estado do Ceará.
O diretor de turma é um professor que leciona sua disciplina na sua área de formação e ministra também a disciplina “formação cidadã”, além disso, o diretor de turma tem outras atribuições, ou seja, fazer a interação entre os pais, grupo gestor, professores e alunos da turma. O diretor de turma tem 3 horas na carga horária semanal para efetivar atendimento aos pais, organizar o dossiê da turma e a disciplina de Formação Cidadã, com o objetivo de debater os problemas sócio-econômicos e culturais, identificados no portfólio dos alunos.
A nossa crítica ao projeto é que da forma que foi implantado não surtiu os efeitos esperados pela SEDUC, tomando como referencial a escola Gabriel-Icapui-CE no turno da noite mais da metade dos alunos evadiram da escola e uma grande parte dos alunos ficou para recuperação, vale ressaltar que os alunos da noite têm um trato diferenciado nos conteúdos em relação às turmas da manhã e tarde, por quê? . Os alunos da noite são aqueles alunos que fizeram o telecurso em nível de fundamental e todos sabem o nível desses alunos que chegam ao ensino médio. Alunos que trabalham o dia todo. Outros que deixaram de estudar e retornaram depois de muitos anos parados no tempo. Alguns como não conseguem acompanhar pela manhã ou tarde vão para noite, pois acham mais fácil, enfim uma clientela carente de conhecimentos básicos e de reflexão para discernir o mais elementar de uma questão. O mais absurdo por parte do grupo gestor é acabar com a figura do “diretor de turma” à noite, o argumento é que os alunos da noite não se adequaram ao projeto. É um absurdo essa postura autoritária por parte do grupo gestor que de certo tempo pra cá não discute mais as questões pedagógicas com a comunidade estudantil. O turno da noite era pra ser o mais cuidado, ter todas as noites a presença do diretor, projetos voltados para esse turno, envolvendo o esporte, lazer e cultura. Acompanhamento psicológico para os alunos trabalhosos e fazê-los sentir parte do processo educacional da escola.

A SEDUC tem demonstrado preocupação com esses alunos, tem pecado por não afinar o compasso com a educação da base, ouvir os alunos, professores, pais e a própria comunidade para saber o que é melhor para esses jovens. Não se pode importar um projeto de um país rico para o Ceará e achar que vai dar certo, é muita ingenuidade quem pensa assim. Vamos aos fatos concretos, dentro do projeto “diretor de turma”. As carteiras devem ficar em filas indianas e numeradas, cada aluno tem sua carteira até o final do ano. Nas escolas do Estado do Ceará a falta de carteiras é constante, os alunos quando chegam das comunidades de Icapui entrando na sua sala e vendo que a mesma não possui carteiras vão buscar as carteiras do projeto e colocar em outras salas, e o pior quando arrancam os nomes fixados na carteira escolar. Em Portugal creio que as escolas não convivem com esse dilema por falta de carteiras escolares.
Outro desafio que o professor de ensino médio no Brasil enfrenta é a carga horária elevada, para ganhar um pouco mais o professor trabalha manhã, tarde e noite, e muitos casos em escolas diferentes e longe uma da outra. Como um “diretor de turma” pode conhecer um aluno profundamente, acompanhar seu crescimento na aprendizagem, visitá-lo (?).
Creio que na Comunidade Européia a educação é levada a sério, é prioridade. O professor é respeitado pela comunidade e pelos governantes. Lá o governo (Europa) respeita o professor, não é inimigo da educação. O nosso ao que parece não tem demonstrado amores pela educação, foi contra o piso salarial dos professores e não concorda que o planejamento tenha horas a mais.
A carga horária para o professor é ínfima diante das atribuições do “diretor de turma”, muitos documentos para preencher. Outro erro é essa burocracia do projeto, quando se inteira no projeto se nota que a burocracia é mais importante do que o aluno, nas entrelinhas estar a desconfiança em relação ao professor, ocupá-lo muito para o professor não fazer corpo mole diante do projeto, por isso o projeto naufraga em terra firme.
Outro ponto negativo é quem assume esse projeto não tem um preparação a priori, os conhecimentos são repassados a toque de caixa em algumas horas e depois o professor tem que se virar para compreender a filosofia do projeto.
Os professores da escola não são comunicados do projeto “diretor de turma”, terminando o ano letivo - 2010 os professores de outras disciplinas não sabem que projeto é esse e pra que serve. Os conhecimentos não são repassados pelos gestores que não levou o projeto no começo do ano letivo ao conhecimento de todos, até o zelador precisa se inteirar, pois é ele quem arruma a sala em fila indiana e precisa saber o porquê das carteiras serem postas em fila.
Enfim deve assumir o projeto quem tem disponibilidade, não aproveitar o tempo para fazer outros afazeres. Também não tem sentido o grupo gestor aproveitar o projeto para colocar os apadrinhados, aqueles que sempre dizem amém na escola, buscando uma teta para fugir da sala de aula.
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Um comentário:

  1. Prezado Wellington Pinto, tenho lido seus artigos e gostaria de parabeniza-lo pela pertinência, imparcialidade e qualidade das colocações. Abraço! Ver. Lacerda.

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