A tortura não se dá apenas
fisicamente, mas psicologicamente, a mais perigosa, pois mata lentamente o
cidadão. A tortura tem várias roupagens, desde a mais insignificante, na ótica
do torturador, até a mais sofisticada, uso dos meios mecânicos e tecnológicos
para abater os inimigos e conseguir informações na marra. A ditadura militar no
Brasil usou ambas as formas de tortura.
No artigo vou me restringir à
tortura no serviço público. Os interessados em conhecer melhor os porões da
ditadura militar, aconselho a ler o livro, “Brasil: Nunca Mais”, organizado por
Dom Paulo Evaristo Arns, escrito no final da ditadura
militar.
O poder não foi feito para todos,
muito menos dentro de uma democracia. Os que chegam ao poder pela via democrática
quando se instalam no poder não aceitam críticas, são os intocáveis. Quem ousa
criticar são alijados do serviço público. Os concursados como não podem receber
o cartão vermelho são confinados a serviços entre quatro paredes, sem asas para
voar e “vigiados”, qualquer deslize são chamados a atenção. Projetos são
engavetados pelos gestores da situação, nada de asas para essa águia voar.
É torturante quando se tem um
potencial intelectual, profissional e pedagógico para fazer a diferença e o
cidadão ser confinado entre quatro paredes pelo poder constituído. Uma tortura psicológica durante anos,
enquanto isso os puxa-sacos se dão bem e os oportunistas aproveitam para
enricarem. O conhecimento é obrigado a se calar, confinar-se, a voz atuante é o
poder. Direitos são negados, uma simples licença-prêmio não lhe dão, vem a voz
de cima: fulano é contra a administração. E nos microfones estufam o peito
dizendo que são gestores democráticos, que primam pela educação e valorizam os
seus profissionais da educação.
Os suscetíveis às pressões
autoritárias entram em queda livre, adoecem, o humor é abafado pela tristeza.
Outros que possuem uma ideologia superficial se rendem às coisas erradas, se
deixam levar pelos afagos do poder. Os fortes são os pacientes, aguardam o
momento certo para dar uma resposta e nada melhor que as urnas. O poder é
efêmero, tudo passa, principalmente o poder terreno. Nada escapa ao tempo, as
cadeiras são dinâmicas, mudam de posição.
Nada melhor do que a liberdade,
imaginem os presos políticos quando foram libertos dos campos de concentração,
na segunda-guerra mundial, a alegria de voltar a viver.
A “Alegoria da Caverna” de Platão
nos ensina que a realidade nem sempre é o que vemos, durante muito tempo o PT
foi o partido da salvação do povo humilde, chegando no poder se renderam aos
velhos costumes de fazer política, toma lá, dá cá. Um cativo fugiu e fora das
amarras do poder percebeu que nem tudo que brilha é ouro.
Sou contundente na crítica ao PT,
porque os outros partidos nós sabemos suas artimanhas palacianas, a surpresa
foi o PT que chegou ao poder no intuito de mudar e deu no que deu, impedimento
da presidente, escândalos, naufrágio da barca, crise financeira e a quantidade
de votos brancos e nulos nas eleições desse ano (2016), a desesperança do
eleitor nos políticos.
O governo do PT na cidade de
Icapuí passou, creio que ninguém vai sentir saudades desses quatro anos de
desgoverno do PT. Creio que tenha ficado
a lição para os “torturadores”, tudo passa, até a vida, imagine o poder de uma
prefeitura e todo o seu aparato administrativo. Agora vamos viver e apostar no
novo, pois a juventude tem sede de mudanças radicais.
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