Nos dias atuais a escravidão aderiu novas roupagens para
enganar os cidadãos, hoje desfila nas ruas com terno e gravata. Muitos não
percebem, mas a escravidão continua nas nossas vidas. Não estou falando da
escravidão pontual que acontece em diversas regiões do Brasil, quando
empregadores não respeitam as leis trabalhistas e trata os trabalhadores numa semiescravidão. Vou discorrer nesse artigo a escravidão
legalizada que passa despercebida e no fundo é uma forma de escravidão. Só no
final do artigo o leitor perceberá do que estou falando. Um pouco de história
sobre a escravidão.
O leitor já se perguntou a origem da escravidão? Sempre
existiu? Por que escravizar o outro?
Acabou a escravidão?
A última pergunta já respondi, não.
Os marxistas tentaram responder a essa pergunta, o momento
inicial da escravidão. Nas comunidades
primitivas, ou melhor, no comunismo primitivo não havia escravidão entre os
homens, a produção se distribuía equitativamente de acordo com as necessidades
de cada um. As novas técnicas agrícolas permitiram aos homens produzirem mais e
consequentemente a produção foi maior do que o consumo, então se percebeu a
necessidade de armazenar a sobra e colocar alguém para administrar esse
excedente. Com o tempo o responsável se sentiu no direito de ser dono da
produção, repartir a comida de acordo com seus interesses pessoais, de trocar
ao bel-prazer e usar para manipular os outros para garantir o poder de domínio.
As rivalidades tribais sempre foi uma constante entre as
tribos. No começo a tribo vencedora abatia os inimigos e levava para sua casa
apenas as mulheres. Então descobriram que o melhor era colocar os inimigos como
prisioneiros e forçá-los a trabalharem na terra, em troca a vida e o
sustento.
Na antiguidade a Grécia e Roma conviveram com o sistema
escravista, prisioneiros de guerra e escravidão por dívida. Quando se fala em
escravidão muitos associam a cor preta e, no entanto, em Roma muitos eram
brancos e letrados. Vale salientar que
Roma foi o império que mais possuía escravos e mais tarde os próprios escravos
levarão o império romano a derrota.
Na idade média a forma de escravidão mudou com o regime
feudalista. As corretes deram lugar a servidão da terra, e o senhor feudal por
“graça divina” manipulava os camponeses como escravos. A igreja católica além
de ser uma grande senhora feudal manipulava as mentes dos camponeses à
servidão. Trabalhar para seu senhor exaustivamente para garantir o paraíso e
assim se passaram mil anos e os camponeses acreditando nas pregações dos
clérigos.
Na idade moderna a Revolução Industrial, os camponeses deixam
o campo vão para a cidades em busca de uma vida melhor. A produção do campo
entra em colapso por conta da fuga de mão de obra para as cidades. Nas cidades
uma multidão de famintos vagando pelas ruas em busca de comida, violência,
prostituição por um pedaço de pão. Uma sociedade desfigurada pela miséria
social. Assim nasceu o capitalismo na sua primeira fase, o industrial
artesanal. A escravidão continuava com uma nova cara. Coube aos teóricos socialistas
denunciar a sociedade pervertida, excludente e promíscua. Nesse cenário nasce o
socialismo científico com Karl Marx e Engels na difícil missão de denunciar os
desmandos da sociedade capitalista. Karl Marx apontou para o mundo que a
escravidão continuava e dava através da mais-valia, o patrão cada vez mais rico
e o operário cada vez mais pobre. Essas ideias marxistas foram o estopim de
revoltas, greves e revoluções no século XX.
Nos dias atuais a escravidão continua no nosso meio através
dos míseros salários. Em muitas situações as mesmas denunciadas por Karl Marx
no século passado. Na atual conjuntura
brasileira existe uma forma sutil de enganar os trabalhadores, é através do
pagamento de impostos. Seria interessante que cada cidadão computasse a quantidade
de horas que trabalha para a elite política, esses hoje são verdadeiros
senhores das senzalas modernas. Alguns leitores não concordarão com a minha
tese, dirão, o imposto que pagamos ao Estado é para o nosso bem, para o estado
nos garantir uma educação de qualidade, saúde, habitação, cuidar da segurança,
enfim as balelas que os defensores da elite política dizem nos quatro cantos
apoiado pela mídia. O cidadão paga impostos para alimentar no poder uma elite
política que se instalou no poder e vivem às custam do cidadão trabalhador.
Somos um dos países que o cidadão mais paga impostos e não tem um retorno
social. Temos que pagar impostos, mas
justo e que tenha um retorno para a sociedade. A elite política a séculos no Brasil
escraviza o povo e o poder passa de pai para filho. A elite política não quer
trabalhar, quer viver às custas do suor dos cidadãos, um bando de incompetentes
que encontram no poder abrigo para manter o status quo e tudo isso acontece na
nossa cara da pequena cidade a maior metrópole no Brasil.
A sujeição no Brasil vai durar muito tempo, vamos continuar
trabalhando, nossos filhos, netos e todos os nossos descendentes para manter
mordomias da classe política. No dia que o representante do povo não receber
salários, então, vamos ter qualidade no serviço público. Enquanto isso,
continuaremos de braços cruzados, acreditando que os que estão no Congresso Nacional
são os nossos legítimos representantes.
Boa reflexão!
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