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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Um país se faz com homens e livros

Essa frase foi pronunciada por Monteiro Lobato, parafraseando a frase diria que “Uma cidade (Icapuí) se faz com homens e livros”. Dois pontos que vejo fraco em Icapuí, a falta de homens comprometidos com seu povo, pautado pela ética; machos Icapuí tem até demais, não é nesse sentido que falo, mas homens no sentido filosófico da palavra e da práxis. Os filósofos gregos buscaram esse homem-ético. Conta à história que o filósofo Diógenes saiu às ruas com uma tocha em pleno meio-dia, e perguntaram pra ele, que fazes com essa tocha Diógenes em plena luz do dia, o mesmo respondeu: “estou atrás de homens”; e pelo visto não encontraram, porém os gregos legaram ao ocidente a democracia, mesmo assim relativa. O que nos interessa nessa argumentação é a construção da cidadania a partir dos livros.



Nossa juventude tem uma verdadeira ojeriza pela leitura, não gostam de ler, por isso falam errado, escrevem errado e pensam errado. As nossas escolas são muito falhas nesses aspectos, porque não desperta nas crianças e jovens o gosto pela leitura. Até nossos professores tem verdadeira aversão aos livros, terminam a faculdade lendo apostilas, hoje nas faculdades lêem capítulos dos livros, e não mais as obras por completo. Na própria escola Gabriel não vê um professor com um livro na mão, nas viagens de confraternização não levam um livro, a bebida não falta, mais as sabedorias dos livros ficam nas prateleiras empoeiradas das estantes de suas casas. Então como o jovem pode se espelhar nos professores se os mesmos não primam pela leitura?


Nesses dias agora passei umas questões reflexivas para os alunos dos 3º anos e me chocaram os mesmos, escrevem errado em final de 2º grau. Houve uma época que era obrigatória nas aulas de literatura os alunos lerem em cada bimestre um livro e depois fichá-lo, isso não existe mais, os alunos são preguiçosos para lerem, porque a priori não foi criado o hábito da leitura e a escola a cada dia que passa mais perde seu papel de formar cidadãos, dar aos alunos os ensinamentos de que eles necessitam para viver e trabalhar neste mundo de transformação, bem como orientá-los para a vida. Hoje em muitas escolas é o seguinte: “o aluno finge que aprende, o professor finge que ensina”. Fica difícil construir uma polis quando a educação não é levada a sério.


Quando estudava no 1º científico no colégio marista de Aracati a minha professora nos “obrigou” na disciplina de literatura a ler a obra “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, até hoje me lembro dessa obra que causa arrepios, porque é uma obra para quem cursa nível superior, de extrema complexidade, português arcaico e metrificado, dentro dos moldes da escola classista portuguesa. Hoje com mais cultura entendo a obra e sei seu valor para a construção da língua portuguesa, tudo que se ler tem seu valor, vale salientar que “queimar pestanas” com leitura não é fácil, mas depois que se torna um vício é para sempre, quanto mais se ler mais vontade se tem, e é um vício salutar. A biblioteca do colégio marista possuía um acervo literário muito bom, os alunos gostavam de ler obras de aventuras, gostavam porque havia incentivo, seja através de gincanas, os irmãos maristas que estavam constantemente com livros nas mãos e nas suas aulas sempre incentivava a leitura e fazia comentários de livros, porém isso é passado, temos que re-aprender esses valores que ficaram para trás, e hoje é tido como cafonice ler em qualquer lugar, como os livros escolhessem lugares para serem devorados; antropofagia na literatura dentro de nossas escolas, se conseguirmos essa revolução antropofágica, realmente vamos construir um país com homens e livros. É papel da escola formar cidadãos, dar ao alunos os ensinamentos de que eles necessitam para viver e trabalhar neste mundo de transformação, bem como orientá-los para a vida.
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2 comentários:

  1. Caro prof. Wellington

    Quando fui seu aluno, ainda na antiga escola Mizinha, famosa pela "anarquia" de alguns alunos, me fascinava o seu modo de nos ensinar História e Filosofia. Nos bastidores, muitos de meus colegas criticavam e zombavam da maneira filosófica na qual sustentava suas aulas.

    Eu, ali quieto, tímido, calado e observador, atentava para as "viagens" que o professor Wellinton Pinto nos incitava a fazer. De certa forma, aquilo me despertou para o mundo da leitura.

    HOje, percebo que poucos são os que gastam um pouco do seu tempo com a leitura. Em conversas rápidas, podemos notar a dificuldade de alguns jovens estudantes secundaristas no domínio da língua escrita e falada. Isso, como bem diz seu artigo, é reflexo do não incentivo (ao invés da obrigatoriedade) ao hábito de ler.

    Seu artigo aborda o problema de forma brilhante"

    Parabéns!

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  2. Parabéns pelo trabalho de vcs aí em Icapuí, tb sou professora e sei o quanto nossa classe sofre e padece, mas fazemos tudo com muito amor, boa sorte sempre, Deus abençoe a todos.
    Bjs!!
    Lorna

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