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sábado, 7 de janeiro de 2017

Repensando a educação com os pés no chão

No momento estou lendo o livro, “Repensar a educação”, da educadora sueca Inger Enkvist. O livro coaduna com minha visão de educação no momento que atravessa a educação brasileira. As argumentações da educadora se referem à educação dos países europeus, pensei que essa problemática educacional fosse específica do Brasil e no caso não é, é uma onda avassaladora que destrói os pilares de uma educação séria e comprometida. A educadora faz uma crítica contundente em relação à “escola abrangente”. A nossa educação de certo tempo para cá vive de modismos pedagógicos. Os alunos têm sido cobaias de várias propostas educacionais. Usarei a terminologia da educadora Inger para explicar essas correntes “maléficas”, em certas posturas: a psicopedagogia, o pedagogismo, a sociologia da educação e o igualitarismo escolar, dentro do contexto da educação brasileira. As melhores escolas eram reservadas aos filhos da classe dominante, aos filhos dos trabalhadores a enxada, o voto de cabresto e a miséria. A educação universal é coisa bem recente e o acesso as Universidades, mais ainda. Vale salientar que essas conquistas chegaram ao povo através de lutas de muitos educadores comprometidos com a educação. Até hoje as elites tem medo de uma educação de qualidade, que leve os alunos a refletirem, adquirir consciência política. A sociologia da educação se expandiu no Brasil, a escola passou a ser vista como um mecanismo ideológico, que tinha como função domesticar os alunos para o Capital. Dentro dessa perspectiva o aluno passa a ser o “coitadinho”, não aprende pelas mazelas do sistema capitalista. O foco agora não é mais a aprendizagem, mas o aluno no seu contexto social. A exigência do aprender é trocado pelos problemas do aluno. Os “bons alunos” são esquecidos, a disciplina é relaxada e o professor deixa de ser um educador para se tornar um sociólogo. Hoje um dos grandes males da educação é a indisciplina, o professor passa a maior parte do tempo pedindo ‘silêncio’, quem perde com essa baderna em sala de aula são os alunos que querem aprender. O igualitarismo entre os alunos é uma prática do dia a dia escolar. Os alunos são colocados em sala pela faixa etária, não importando a bagagem de conhecimentos trazidos pelos alunos. Um balaio de gatos no mesmo saco. Nesse caso os alunos serão nivelados por baixo, os bons alunos vão ter que esperar os alunos com dificuldades. Numa sala de aula com essa maneira de lidar à aprendizagem é muito ruim, pois deixa parte dos alunos ociosos. O mais sensato seria formar as turmas através da bagagem intelectual de cada um, para isso seria feito uma provinha para saber o nível mental de cada aluno. Nessa corrente de pensamento o social é mais importante do que o intelectual. A psicopedagogia e o construtivismo diz que o aluno não pode aprender a partir de fora, mas a aprendizagem parte do próprio aluno. Dentro dessa perspectiva o professor deixa de ser o protagonista da aprendizagem e passa a ser o “facilitador” da aprendizagem. A aprendizagem no construtivismo se dar pelo “aprender fazendo”, o aluno aprende brincando. “O construtivismo acredita que a criança não aprende bem estudando livros e escutando a professora. Insiste que a aprendizagem é uma atividade livre e que se o aluno não manipula pessoalmente o material não pode aprender”. A criança possui dentro de si todas as habilidades necessárias, basta deixar à criança a vontade que ela aprenderá sozinha. O pedagogismo é uma mistura da sociologia da educação com o construtivismo. Nessa pedagogia a autonomia do aluno é absoluta. O aluno é o senhor da sua própria aprendizagem. O professor se torna um mero fantoche na sala de aula. Diante do fracasso dos alunos a culpa é do sistema que maltratou os alunos. Então, vale tudo para agradar os alunos com notas baixas, empurrar os alunos para série seguinte sem os conhecimentos básicos da série na qual cursou. A indisciplina é vista como revolta dos alunos contra a sociedade que os maltratou. O professor pode ser “ameaçado”, o patrimônio escolar pode ser quebrado, tudo é justificado, o aluno é vítima do sistema vigente. Diante desse modismo pedagógico os resultados educacionais no Brasil só têm piorado. A cada dia os professores deixam as salas de aula doentes: das cordas vocais, depressão, síndrome do pânico, ansiedade... A indisciplina reina dentro da sala. Os alunos desmotivados, alienados, evasão de alunos e o total desconhecimento das questões políticas na qual o país enfrenta. As drogas presentes no dia a dia em muitas escolas pelo Brasil afora. Os educadores precisam resgatar urgentemente o lugar que cabe ao professor. Devolver aos mestres a autoridade que lhe foi tirada pelos modismos pedagógicos. Não defendo aqui a volta da palmatória, mas o respeito pelos educadores. Aproveitar aquilo que a educação tradicional tem de bom e retirar dessas correntes pedagógicas as ideias que ajudaram na aprendizagem. O que não pode é continuar o aluno fingindo que aprende e o professor fingindo que ensina. "Em nenhuma ocasião histórica sobreviveu um grupo que não tenha sido capaz de formar a geração que lhe sucedia. Mas será que as novas gerações estão sendo formadas'? Ou estariam elas em nome de uma pretensa "liberdade" plena, sendo deformadas”?
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