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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cultura na visão gramsciana

As definições de cultura são as mais variadas possíveis, de acordo com os interesses de cada governo. Na Roma antiga os espetáculos do coliseu para muitos eram momentos de cultura, homens que digladiavam até a morte, a “cultura” do ‘pão e circo’. Na idade média a igreja repassava os ensinamentos evangélicos através do teatro, que sabemos que aqueles momentos eram para domesticar os nativos para os colonos, mão de obra nos afazeres domésticos e no campo. Hoje qualquer rabisco é cultura, ao longo do tempo fomos perdendo os verdadeiros conceitos de cultura que a mídia capitalista foi destruindo, mas afinal o que é cultura? Uma coisa é certa, cultura não pode se resumir ao reducionismo de um povo, no bairrismo exacerbado, também não podemos é entregar os nossos valores culturais diante da globalização. O que mantém os povos vivos em diversas comunidades é a preservação da cultura local, nem podemos ficar arredio aos novos tempos. O que mantém os judeus vivos em termos culturais é a circuncisão que mantém vivo esse povo que durante a história sofreram tantas atrocidades, mas se mantém vivos. Retomando a pergunta, o que é cultura? Vou adentrar nos conceitos de Antônio Gramsci, esse marxista italiano que foi preso por Mussolini, por discordar do regime fascista da Itália. Em todas as épocas sempre aparece vozes poderosas querendo calar a verdade, a verdade sempre vai prevalecer: Ficou célebre a frase dita pelo juiz que o condenou: "Temos que impedir esse cérebro de funcionar durante 20 anos". Gramsci cumpriu dez anos, morrendo numa clínica de Roma em 1937. Para entendermos o que seja cultura na visão gransciana e preciso entender alguns conceitos básicos: “A hegemonia é a capacidade que as classes dominantes têm de manter o poder utilizando o consenso e não a coerção. Ou seja, não é utilizando a força e a violência que uma classe se mantém no poder, mas pelo consenso obtido dentro sociedade civil de aprovação ao sistema de ideias e políticas defendidos por aquela classe. Gramsci entende que o aparelho responsável por esse consenso engloba escolas, igrejas, sindicatos e, principalmente a comunicação social. São os meios de comunicação – inter-relacionados com a infraestrutura e com outros elementos da superestrutura – são os responsáveis para a expansão da hegemonia, ao dar visibilidade para acontecimentos, interpretações e ideias que dão sustentação ideológica para a classe dominante”. Esmiuçando essas ideias de Gramsci, na sociedade capitalista vivemos sobre a batuta da cultura capitalista, que prima pelo individualismo, o lucro fácil, o consenso da mídia em dizer que todo mundo é feliz, basta acompanhar as novelas globais, ninguém trabalha e todo mundo é feliz, como? Cultura se faz, assim, “através do processo em que se discutem e se investigam os problemas, onde se permite a participação e a contribuição de todos, onde uma alternativa societária é gestada e assumida como projeto de uma coletividade”. Quando faço críticas a Semana Cultural de Icapuí não estou tomando partido de A ou de B, minhas críticas se dão ao individualismo, busco o “sentido de responsabilidade, o espírito de iniciativa e o respeito pelos outros”, essas bandeiras que devem pautar os momentos culturais. A cultura popular só tem sentido quando é voltada para o povo explorado, que renegados pela elite que os privou da cultura, dando as classes subalternas apenas o trabalho manual (técnico), não permitindo o trabalho intelectual, aquela velha tática dominante; a elite pensa e o povo executa. “Na política de massas, dizer a verdade é uma necessidade política.”
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