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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Esquerda e direita brasileira, ainda existe?



É notório acontecer no meio político conceitos, esquerda e direita. Esses conceitos surgiram durante a Revolução Francesa, precisamente na Assembleia Nacional Constituinte. Os que queriam o aprofundamento da Revolução (1789), se sentavam a esquerda, exaltados e radicais [ baixa burguesia e trabalhadores], “jacobinos”; e os que sentavam a direita, moderados, defendiam a conciliação com a nobreza e a alta burguesia, “girondinos”.  O tempo passou e esses conceitos ficaram na mentalidade das pessoas, os que defendem mudanças se auto intitulam de esquerda e os que querem manter a tradição de direita.
Hoje na atual conjuntura política é chique falar, eu sou de esquerda, até um tempo atrás muitos se escondiam na toca do anonimato para não ser preso, torturado ou até morto pela ditadura militar, nos anos de chumbo. Os que ousaram nas práxis revolucionárias combater a ditadura militar, acabaram eliminados pelo regime autoritário e violento.
No Brasil hoje vivemos uma hegemonia da direita. O PT que levantava a bandeira da mudança, chegou ao poder e se acomodou ao poder. As mudanças foram superficiais e a composição na base de apoio se fez através dos partidos de direita.  Quando digo que foram mudanças superficiais é porque o PT não teve a coragem de radicalizar as mudanças necessárias para o Brasil avançar sem retrocessos políticos. Fora do poder o PT sempre defendeu a reforma agrária, chegando ao poder fez apenas algumas desapropriações pontuais e mesmo assim com dinheiro público.
Os conceitos de esquerda e direita são tantos que muitas vezes confunde até os mais experientes. A direita também faz mudanças, reformas e muitas vezes são contra as privatizações, veja o Regime Militar, eram contra as privatizações e nem de perto poderia se chamar de um regime de esquerda.
“Ser de esquerda, hoje, é defender os direitos dos mais pobres, condenar a prevalência do capital sobre os direitos humanos, advogar uma sociedade onde haja, estruturalmente, partilha dos bens da Terra e dos frutos do trabalho humano”.
Norberto Bobbio no seu livro “Direita e esquerda: razões e significados de uma distinção política”, disseca esses conceitos de esquerda e direita, embora deixe muitas lacunas na sua exposição, porém é um livro válido para entender esses conceitos.  A maior discussão entre esquerda e direita se dá em torno dos princípios da igualdade e da liberdade. A esquerda seria mais igualitária.  A direita, mais propensa a defender a liberdade, travando lutas históricas sobre os riscos de igualdade. Ora, a liberdade pregada pela direita é fantasiosa, pois o que eu quero não posso ter por não possuir capital suficiente para adquirir aquele bem material.
A igualdade entre os seres é temida pela direita e defendida pela esquerda, quando o princípio da igualdade for uma realidade entre as pessoas, acaba-se a exploração, não tem mais sentido uma classe sobrepor a outra. Nos países que alcançaram um alto grau de igualitarismo dentro do capitalismo, os cidadãos se tornaram independentes, livres das amarras do “capitalismo vampiro”.
Outro erro grosseiro é achar que o comunismo é de esquerda e a história nos mostra os regimes totalitários, no caso do stalinismo e tantos outros, não tinham nada de esquerda, na visão de Norberto Bobbio, “de justiça social”. Os países nórdicos numa economia de mercado alcançaram um padrão de vida de excelência.
O sociólogo inglês Anthony Giddens na obra “Para além da esquerda e da Direita”, propõe uma junção entre esquerda e direita, “ uma “política radical reconstituída, que recorra ao conservadorismo filosófico, mas que preserve alguns dos valores centrais que até agora estiveram associados ao pensamento socialista”, a chamada Terceira Via, muito em voga na Europa.   
Acredito em “democracia igualitária”, onde os cidadãos tenham o direito de escolher seus representantes, não é o caso do Brasil, e os políticos eleitos tenham como meta a aplicação da “justiça social”.  Em pleno século XXI com todos os avanços científicos e tecnológicos os cidadãos ainda padeçam de injustiças sociais, econômicas e políticas.
Uma corrupção histórica que corrói as Instituições Representativas, deixando o cidadão à mercê das intempéries econômicas, vulneráveis de ideologias oportunistas e midiáticas. Os partidos políticos sem alicerces ideológicos, seja de esquerda e direita, ou centro, perdidos no fisiologismo, ávidos pelo poder individual.
Com a Queda do Muro de Berlim (1989), as esquerdas no mundo todo ficaram sem direção e no Brasil os partidos ditos de esquerda se perderam no caminho. Se aliaram ao diabo para se manterem no poder, usando de velhas táticas da direita.  O que vivenciamos no Brasil são reformas pontuais que não muda radicalmente a vida do cidadão.   





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