Administrar a educação de uma cidade não é bicho de sete
cabeças, tudo é questão de planejamento, vontade política e ética. Hoje a
educação no Brasil tem repasses mensais do governo federal, FUNDEB, fica mais
fácil se planejar dentro daquele orçamento proposto pela receita. Dentro dessa
ótica montei um projeto chamado “Orçamento Participativo da Educação”, novo
formato de OP, voltado especificamente para a educação. Orçamento participativo
de uma cidade não é mais novidade, várias experiências Brasil afora já
experimentaram, no momento fora de uso, pois deixou de ser manchete na mídia. A
cobrança por obras não realizadas incomodavam os gestores municipais, deixaram
de mão a participação popular e adotaram relações verticais, poder-povo.
O Orçamento Participativo da Educação objetiva a
participação dos docentes e discentes nos destinos das ações das escolas
municipais. As escolas municipais embora pertençam a uma mesma rede, porém cada
escola tem seus problemas específicos, dentro de uma realidade local. É preciso
ouvir cada escola juntamente com toda comunidade escolar; pais, alunos,
professores, funcionários, gestores, grêmios, conselhos escolares...
A partir do diagnóstico de cada escola os gestores
municipais terão um retrato de toda a educação durante os quatro anos de
governo, qualquer que venha a assumir a posteriori terá emmãos esse planejamento,
divido em três linhas de tempo, ações de curto prazo, médio e longo prazo. Por
exemplo, uma escola que esteja faltando água, é uma ação de curto prazo, a
escola não pode esperar, é uma ação que precisa ser resolvido de imediato. A
construção de uma sala de aula é uma ação de prazo médio, pode ser esperar um
pouco mais, e a construção de uma escola pode esperar mais tempo, dependendo do
tamanho da escola. Dentro desse planejamento os gestores da educaçãopossuirão uma leitura completa da rede educacional, é
arregaçar as mangas e trabalhar. Vale salientar que esse OPE não se restringe
apenas as obras, mas também questões pedagógicas.
Além das ações materiais e pedagógicas o interessante do
Projeto é a proximidades do poder político com a comunidade, dialogar com os
presentes, ouvir os anseios da escola, quem sabe o que a escola precisa é a
própria escola...
Todos sabem da importância da educação para o
desenvolvimento do país, por isso passou da hora de estarmos brincando com a educação.
É preciso investir maciçamente na educação sem politicagem, os políticos
deixarem de tratar a educação de maneira demagógica. Nos últimos tempos tem se
falado muito de educação, investido (FHC-Lula-Dilma), mas é pouco ainda para
garantir uma educação de qualidade.
Não se pode esperar que os políticos olhem a educação com
bons olhos, muitos políticos não estão preocupados com educação do filho do
trabalhador, quanto mais alienado for o povo melhor pra eles, menos aperreio e
mais fácil manipular as pessoas menos esclarecidas. O bom do OPE é garantir a
democratização do processo educacional. É transparência numa gestão popular,
quando se envolve a comunidade para discutir educação nessa relação
horizontal.
O OPE permite aos gestores uma visão do todo, um
planejamento científico que permite ao gestor acordar pela manhã e saber o que
precisa ser feito durante o dia, meses e anos. O OPE não é um planejamento
fechado para novidades, é dialético no seu corpo, aberto as inovações e
materialidade que a rede municipal venha necessitar.
O OPE éum alicerce para uma educação de qualidade, caminhos
seguros para os gestores caminharem, se houver erros não foi o gestor que
errou, mas a comunidade que participou e errou,” erro participativo”. Dentro
desse OPE todos são corresponsáveis pelo êxito do projeto, que não pertence a
uma pessoa, mas de todos pela educação.
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