Todas as escolas do mundo todo seguem padrões hierárquicos
das disciplinas, ou seja, disciplinas são mais valorizadas do que outras. No
caso da matemática é a rainha de todas as disciplinas, como a língua
nacional. Os estudiosos afirmam que
sabendo matemática e a língua portuguesa é possível dominar as outras
disciplinas. Discordo dos pensamentos retrógrados desses pedagogos que assim
propagam essas idéias e faz valer a nível nacional, mundial. Todas as
disciplinas tem o mesmo peso, uma completa a outra. Uma disciplina interessante
e que as escolas não abraça com o devido valor é as artes, no sentido amplo. Essa
disciplina desperta a criatividade latente em cada ser humano, esperando apenas
um estalo para despertar.
Quando afirmo que as escolas matam a criatividades dos alunos
é porque não prioriza as artes, relega a terceiro plano. Qualquer professor sem
habilitação assume a cátedra de artes no intuito apenas de preencher a sua
carga horária. Nessa linha de pensamento se mata os alunos que tem tendência
para a música, dança, poesia, pintura, balé, culinária, violino...
Ainda existe muito professor avesso as artes, acha que é
coisa de homossexual. Não incentiva os alunos a ler poesia, fazer poesia,
principalmente o balé. Os alunos são coibidos de mexer os quadris, pois tal
postura é coisa de mulher, de homem afeminado. Os pais corroboram com essas
atitudes reacionárias e a própria sociedade machista.
Guardo uma experiência triste quando era aluno. O professor de
língua portuguesa pediu a turma para redigir uma redação, não me lembro mais da
temática. Só sei que no canto da redação fiz uma poesia e entreguei, fui todo
satisfeito comentar com ele, só que a resposta foi tão dura e preconceituosa
que até hoje me recordo. “poesia é coisa de veado”, essa resposta foi tão dura...,
só que não acabou com minha criatividade. Continuei escrevendo e mais tarde
escreveria dois livros de poesia, serviu de lição para respeitar meus alunos
que pensam diferente das normas estabelecidas.
Retomando o pensamento inicial. Quando os alunos são
cobrados para medir seus conhecimentos são testados através s do SPAECE, Prova
Brasil e provinha PAIC, testes meramente nas disciplinas de matemática e
português. É de perguntar onde ficam as artes? História local? Geografia do
Município? E as outras disciplinas? Tal concepção educacional posta em nosso
país é muito equivocada, não é de uma pedagogia dialética e muito menos dentro
dos avanços científicos na área da neurofisiologia da aprendizagem. O cérebro
não trabalha em partes individuais, mas conectado no todo, muitas vezes uma
parte do cérebro sofre danos irreversíveis, porém o cérebro se encarrega mudar
essas antigas funções para outras partes do cérebro.
Nesses longos anos que ensino percebo que todos os alunos
voltados para as artes são alunos muitos especiais. Alunos que fazem teatro são
pessoas desenroladas, extrovertidas, desinibidas, politizadas e senso crítico
muito aguçado. Muita vez me deparo com professores que dizem, “esses alunos
ligados ao teatro, com música... não querem nada com os estudos”, no caso das
ciências exatas. Nem todo mundo nasceu para ser matemático, o que seria de nós
mortais se não fossem os músicos?
As escolas sejam públicas ou particulares precisam urgentemente resgatar as artes dentro da grade
curricular, dar o devido valor, descobrir na escola as habilidades dos alunos
para o campo artístico. Um mundo sem a presença das artes seria triste, sem
cor, sem alegria, sem esperança, sem vida...
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