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quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Vila de Icaguaí



Na cidade de Icaguaí chegou um médico psiquiatra com doutorado na Universidade de Paris, a famosa Sorbonne. Montou um projeto para construir um hospital psiquiátrico, levou o projeto aos políticos e o mesmo foi aprovado. Depois de alguns meses o hospital foi inaugurado com pompa de festividades parisiense agradando a gregos e a troianos.
O Dr. Bacamarte tinha em mente a teoria de provar o que era sanidade e insanidade e o seu laboratório de cobaias humanas foi à cidade de Icaguaí. No meio da praça central começou a observar as pessoas e a ouvir o que elas diziam, depois de muito analisar clinicamente resolveu internar algumas figuras da cidade que julgava insana.
As três autoridades da Vila foram às primeiras trancafiadas pelo Dr. Bacamarte, o vigário, o delegado e o prefeito, cada um deles diagnosticado como insanos:
O primeiro que internou foi prefeito, na visão do Dr. Bacamarte não tinha sentido o prefeito ser pastor e político ao mesmo tempo, e abandonar seu rebanho por conta da política partidária.
Depois foi a vez do pároco, não era concebível um padre trabalhar no banco e ao mesmo tempo tomar conta do seu rebanho.
A delegada também foi internada, não aceitava que uma mulher fosse delegada, só mesmo loucura. E concomitamente foram o juiz e o promotor que julgava que não era deus para julgar ninguém.
Os vereadores da cidade também foram internados, por não fazerem muita coisa em prol da cidade, chegou à conclusão que eram loucos de serem eleitos e não trabalharem pelo povo.
Os habitantes da Vila de Icaguaí que se enquadrava nos 7 pecados capitais não escaparam da mira do Dr.:
Os adeptos da ira não foram poupados, os valentões da Vila, aqueles que não sabem argumentar, resolvem os problemas através da força, não controla a raiva inerente a todo animal, e o que diferencia o homem do resto dos animais é o controle psicológico.
O Dr. Bacamarte não poupou os gordinhos e os desesperados por comida, os que não se fartam com a comida que come, sempre querem mais e mais, comem tanto até ficarem doente de caganeira e terem que tomar um chazinho de boldo, morre pela boca igual a peixe de água doce.
Os invejosos que não se sentem bem pelo progresso do outro e torce que o mesmo caia em desgraça e que esses atributos venham a eles sem esforço nenhum, muito comum nas repartições públicas e privadas também foram parar nas celas do manicômio.
Os orgulhosos que não dão o braço a torcer, mesmo errado, os “pavões” do pão nosso de cada dia, acabaram também reclusos.
Os avarentos tiveram um número alto de enfermos, aqueles que são apegados aos bens materiais, deixam de comer e beber para guardar dinheiro na poupança, não se apercebeu do pensamento de Anaximandro, pensador grego, “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”, não abrem a mão nem com dinamite nelas. 
A preguiça pegou os jovens que acordam ao meio dia, não fazem nada durante o dia, não bate um prego numa barra de sabão. Estudam como obrigação e todo trabalho é cansativo, até levar uma pena (caneta) ao papel. Se soubessem quem inventou o trabalho mandaria matar, Ciço do Norte não escapou do médico e seus seguidores.
A luxúria na Vila de Icaguaí levou aqueles que possuem prazeres carnais insaciáveis, só pensam naquilo, não se contentam apenas com mulheres mais com homens também, e aqueles que primam e adoram fazer barba, cabelo e bigode.
Depois de alguns meses praticamente toda a cidade estava internada no hospital do Dr. Bacamarte. Os cidadãos locais livres se revoltaram contra os métodos do Doutor, mas a polícia foi convencida pelo médico que a população precisava de ajuda para moralizar os costumes da cidade.
Visitando os supostos doentes chegou à conclusão que o número de enfermos era demais e que tinha algo errado nas suas teorias, chegou à conclusão que o errado era ele, liberou todos os pacientes do hospital e ficou recluso ele mesmo no hospital. Depois de alguns meses soube na Vila que o Doutor tinha falecido de causas naturais.
A Vila organizou um velório póstumo ao Dr. Bacamarte como um grande estadista e médico sanitarista.
Depois de alguns meses da morte do Dr. Bacamarte a vida na Vila voltou à rotina de sempre e tudo continuava como de costume, esperando outro Bacamarte da vida.


 




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