Nunca no Brasil os cursos profissionalizantes estiveram tão em alta
como agora: uma economia aquecida, porém com mão de obra qualificada
escassa no mercado de trabalho.
Fala-se até em importar mão-de-obra
qualificada de outros países. A causa desse fenômeno tem sido a corrida para cursar uma universidade.
Foi criada no Brasil a ideia segundo a qual “se dá bem na vida quem termina um curso de nível superior”. Por causa dessa milagrosa ideia deu-se prioridade aos
cursos de nível superior, em detrimento dos cursos profissionalizantes
de nível médio. Hoje o mercado de trabalho carece de mão-de-obra
qualificada, seja na construção civil, na saúde, cursos de tecnologia,
de idiomas e tantos outros de suma importância para o crescimento do
País.
As Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol no Brasil, tudo
isso requer a aludida qualificação.
É de convir que nem todo jovem quer cursar universidade, vez que pretende
apenas fazer um curso profissionalizante e conseguir um bom emprego
para exercer a sua profissão.
No entanto, em muitas cidades do Brasil o
que se oferece aos jovens são os cursos de preparação para o
vestibular; no caso de Icapuí, não possuímos uma escola
profissionalizante, todos são obrigados a cursar o Científico. Por
isso eles se sentem desestimulados aos estudos de ensino
médio. Terminam e ficam desempregados; outros entram na faculdade,
idem; ou exerce outra profissão em
área diversa de sua formatura.•.
O governo federal tem investido em escolas de educação profissional,
contudo não é o bastante ainda. O governo, nas esferas estadual ou federal,
necessitam mudar de foco - do nível superior para o profissional. As
facilidades para o nível superior são surpreendentes; por isso esta
corrida pelos cursos de nível superior.
Após a conclusão, percebem
que apenas o canudo não é suficiente para garantir vaga no mercado
de trabalho. Já os cursos profissionalizantes têm emprego garantido
para os bons alunos, os quais, antes de terminarem o curso já estão contratados
pelos empregadores de olho para suprir as necessidades de
mercado.
Essas escolas profissionais devem estar em sintonia com as
necessidades regionais; não adianta ter um curso profissionalizante
sem serventia local. Icapuí carece de profissionais especializados na
área de turismo, no caso de idiomas: inglês ou espanhol. Nas cozinhas
dos restaurantes e barracas de praia, mestres-cucas que atendam aos
desejos requintados do turista, pois quem paga tem o direito de
exigir.
Carece também de arrumadeiras profissionais que deixem os quartos impecáveis. Guias turísticos que conheçam a História de Icapuí a
fundo e os pontos turísticos do Município, e que fale um idioma
fluentemente.
O que fazemos em Icapuí é puro amadorismo. Consideramos que
uma exigência maior do cliente é frescura. Canoa Quebrada se adequou a
essas exigências dos gringos, entretanto pecaram quando permitiram a
destruição do meio ambiente, a prostituição e o consumo de drogas.
Lógico que não desejamos isto para Icapu.
A construção civil cresce a olhos vistos em Icapuí, daí
necessitar-se de bons pedreiros, marceneiros, serventes, eletricistas,
ferreiros, mestres-de-obras. . As empresas de construção civil que
chegam a Icapuí são obrigadas a trazer de fora profissionais, pois
não possui a quantidade desejada pelos construtores.
Oficinas de conserto de carros também carecem de mecânicos,
eletricistas...
Temos meia dúzia desses profissionais e,
diga-se de passagem, que a grande maioria aprendeu na marra. Pintores de
automóveis, apenas dois (?). Alinhamento e balanceamento
computadorizado de carros desconhecemos profissionais na cidade; até
porque esse serviço ainda não é oferecido em Icapuí: temos o Luciano,
porém não é computadorizado. Essa área requer, com urgência,
profissionais qualificados porque a frota de carros de Icapuí tem crescido. E
técnicos de revisão de motos são necessários, a quantidade de motos no
município é grande.
O Pré-Sal é outra fonte de geração de empregos para Icapuí: futuro;
porém, neste setor mais do que nunca vai-se exigir dos trabalhadores
capacitação e qualificação para exercer o trabalho. Esse setor promete
ser a mola-mestra que vai alavancar o Brasil para o grupo seleto dos
países ricos. O jovem que for esperto se prepare profissionalmente
para este setor; é aí que está o filão de se ganhar dinheiro
honestamente.•.
Enfim, empregos existem - falta aos jovens se profissionalizarem para o
mercado de trabalho, exigir dos nossos políticos escolas profissionais
para que sejam preparados para o mercado de trabalho local ou
regional. Sair dessa marola ao achar que a universidade é a salvação
para todos os males sociais. Precisamos de profissionais preparados
para o mercado de trabalho, empregados e ganhando seu salário
dignamente, pois todos merecem, e todos são filhos de Deus. Merecem,
portanto, uma chance na vida!
quarta-feira, 16 de julho de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
O Futebol nos tempos da globalização
Desde o começo da Copa do Mundo falava-se nos quatro cantos que o Brasil
não tinha uma seleção competitiva para ganhar a copa. E que se diga:
não sou nenhum especialista em futebol, mas estava estampado na cara,
não viram por conta do fanatismo dos torcedores que preferem que o
Brasil perca a fazer uma crítica; aí deu no que deu: Alemanha 7 x 1 Brasil, no dia 08 de julho de 2014, registro para ficar na História.
Que sirva de lição aos dirigentes do futebol brasileiro, não tem
sentido pensar no futebol como há 50 anos. Os tempos mudaram,
vivemos numa época de globalização, qualquer seleção hoje tem acesso
às técnicas do futebol. Basta acompanhar os jogos televisionados ao
redor do mundo. Hoje a ciência e a tecnologia do futebol estão nas
universidades do mundo todo, todos os interessados estão aptos a
assimilar essas novidades do futebol. Os técnicos podem ser importados
de qualquer país, os jogadores escolherem jogar em qualquer seleção,
basta naturalizarem-se cidadãos do país escolhido.
As entidades representativas do futebol são antros de corrupção,
politicagem e interesses pessoais. Não primam pelo futebol-arte,
transformaram o futebol numa mercadoria lucrativa. Os escândalos de
corrupção são constantes, envolvendo dirigentes da FIFA, CBF e clubes
de futebol.
Os jogadores brasileiros que vêm de classes menos favorecidas, quando
enriquecem da noite para o dia transformam-se em exibicionistas
[narcisistas], esquecendo as peladas no chão duro das periferias.
Viram as costas para seus conterrâneos e seu País. Adotam um estilo de
vida que não condiz com a ética do futebol. Sofrem de frescurite
aguda, a todo instante mudam de visual... Esquecem o futebol-arte e
adotam postura de garotos-propagandas das marcas as quais
representam. Hoje não se faz mais futebol como antigamente!
Os comentaristas com a mesmíssima babaquice de elogiar as partidas mal jogadas, endeusam um jogador [o herói absoluto]; quando o jogo, em verdade, é feito por uma equipe e cada um merece o devido respeito. Esse Galvão Pavão não conhece com profundidade o futebol brasileiro; até certo dia morava em Mônaco,
longe do Brasil. Os comentaristas e narradores de futebol estão
preocupados com a audiência das suas emissoras.
Desde que o Brasil foi escolhido como sede do Mundial já era para
começar o trabalho com a Seleção, e não ficar nessa de escolher
jogadores diferentes em cada partida, transformando os atletas em
cobaias de laboratório. Apostar nos jogadores que jogam bola,
treiná-los com afinco e desvincular os interesses dos cartolas e
marcas do futebol.
Desde o início o Brasil vinha jogando mal; porém a crítica não
encontrou eco, foi abafada pelo fanatismo da maioria. Não se faz
futebol de boa qualidade com emoções, mas com pura racionalidade. A
seleção da Alemanha joga com racionalidade, por isso joga bem, com
precisão nos passes e nas finalizações. Em campo os alemães transpiram
filosofia racional dos seus compatriotas.
Ao Brasil cabe uma reflexão profunda: não se pode armar mais uma
seleção de maneira emotiva, interesseira, mercadológica e
politiqueira. Que sirva de lição essa goleada, daqui a quatro anos uma
nova copa. Torço que daqui para lá as coisas mudem e se faça futebol
com responsabilidade. O sonho do Hexa ficou para o futuro, cabe no
momento virar a página e pensarmos nas eleições que se aproximam para
não termos uma nova derrota. Porque essa, sim, pesa muito mais que a sofrida no
Futebol.