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sábado, 28 de novembro de 2015

Conversa com Edgar Morin




 No presente debate pedagógico vamos tentar entender os sete saberes do educador francês Edgar Morin sob a perspectiva do século XXI. O intuito é compreender os desafios do ensino básico, nestes tempos de globalização e desagregação planetária.
 As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão. A escola sempre tratou o erro como diagnóstico negativo. Ora, para se chegar a um resultado correto é necessário errar inúmeras vezes até chegar a um resultado convincente, correndo riscos ilusórios. Diz o ditado popular: “Quem não arrisca não petisca”. Em pleno século XXI, com todos os avanços científicos e tecnológicos, os professores não aprenderam ainda a conviver com os erros dos alunos. Numa avaliação escolar, por mais que o aluno se aproxime do resultado, se não chega à resposta do gabarito, o risco vermelho elimina a questão. As tentativas, no caso, não valem nada? A escola foi formatada para não aceitar os erros, herança dos fundamentos cartesianos que foram absorvidos pela educação no século XX.
Outro ponto importante trata-se dos princípios dos conhecimentos pertinentes. A educação fragmentou os conhecimentos na ilusão de compreender melhor por unidades. Na escola os conhecimentos foram divididos em disciplinas: para cada disciplina existe um livro. O mais nefasto dessa fragmentação são as disciplinas, que não interagirem dialeticamente. Os educandos, ao concluírem o ensino médio, carecem de uma visão de totalidade. Por isso muitos deles têm dificuldade em analisar um contexto social nos diversos aspectos, ou seja, econômico, político, cultural...
Ensinar a condição humana: o respeito pelo outro é vital para vivermos em paz conosco mesmos e com outros semelhantes. O trabalho colegiado é mais produtivo. O ser humano [biológico, psíquico, afetivo, social e racional] está inserido num contexto societário nas mais variadas concepções [histórico, econômico, sociológico e religioso]. Neste contexto, nem sempre têm sido favoráveis aos profissionais da educação. No Brasil a educação ainda não é uma prioridade do governo. E quando o grupo não se afina, o trabalho se torna mais espinhoso dentro da escola.
Ensinar a identidade terrena: a Terra-Pátria é o habitat de todos os seres vivos. Os educadores são intimados a discutir em sala de aula os problemas atuais que agridem o planeta. Por sermos “racionais” temos responsabilidades com os outros moradores. Por atitudes erradas, muitas espécies foram extintas e outras se encontram ameaçadas; omitir-se perante estes fatos é um ato de covardia. A ecologia permeia todas as disciplinas do saber. Os efeitos das agressões são visíveis e sentidas pelas mais diversas comunidades espalhadas pelo mundo. As barragens da mineradora SAMARCO romperam-se, deixando para trás rastros de destruição, matando pessoas, a fauna e a flora. O rio Doce era uma fonte de sustento para muito ribeirinhos nas Minas Gerais.
 Enfrentar as incertezas: a nossa vivência terrena é ínfima diante da grandiosidade do universo. As incertezas nos incomodam, pois não temos respostas para as nossas angustias existenciais. Eis os questionamentos que nos acompanham ao longo do tempo: quem sou eu? de onde vim? Para onde vou? A filosofia tenta respondê-los; no entanto, as respostas não saciam a fome das incertezas da vida terrena.
Ensinar a compreensão: tal atitude nos humaniza, em particular o perdão. A aceitação do outro com seus defeitos e qualidades é um exercício diário. A intolerância nos dias atuais tem provocado tantas guerras, atentados terroristas, crimes os mais diversos, quando por um simples diálogo poderia se evitar uma morte. O poder é efêmero, estamos na Terra-Pátria de passagem. A ética do gênero humano: nos dias atuais esta palavra vulgarizou-se na boca dos políticos, demagogos e oportunistas. A realidade circundante é outra: todos os dias a mídia anuncia um escândalo de corrupção na política: os mesmos que estufavam o peito para falar de ética.
 A ética se tornou para alguns um instrumento para chegar ao poder, enganando o povo. Para entrar nos esquemas do Congresso Nacional se criou uma palavra mágica: “Abre-te sésamo”, a saber: só o acessa quem compactua com os desmandos de corrupção. O cidadão, nesse lamaçal, fica sem perspectivas de avaliação, enquadram-se todos os políticos numa vala comum. Ainda temos, contudo, políticos sérios. O que é a antropo-ética? Algo muito simples de ser entendido e vivenciado diariamente nas escolas. “Não faça aos outros o que não deseja que lhe façam!" É esta a essência do que discorre Morin em sua interessante obra.




sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Mente vazia, oficina do diabo





As pessoas regozijam-se, de modo geral, no final de cada ano por mais um ano vivido. A vida é uma grande dádiva da natureza: viver com saúde, percebendo mensalmente o fruto do seu trabalho ($) com dignidade, de bem consigo mesmo e com a vida social; é bom demais. Esses momentos de prazer poderiam chamar de Felicidade (?). As viagens dantescas às quais fomos designados a trilhar [purgatório – inferno], não por opção, mas por imposição do sistema, são recompensadas pelas alegrias do paraíso, embora sejam ínfimos esses momentos, vale contudo a pena de serem aproveitados. No atual contexto de vida a prerrogativa é o mais velho morrer primeiro; no atual contexto societário é coisa do imaginário popular, hoje basta nascer para morrer prematuramente. A violência tem levado tantos jovens na flor da idade a óbito por motivos banais, encantamentos de falsa felicidade advinda pelo consumo das drogas. A sociedade brasileira vive uma epidemia causada pelo consumo do CRACK, barato e de fácil aquisição, que mata os mais vulneráveis racial e economicamente. As classes mais abastadas não estão imunes à praga das drogas, porém possuem condições financeiras para se internar em clínicas de reabilitação. Ao pobre só o abandono das ruas, na melhor das hipóteses; na pior, torna-se alvo de chacinas. As drogas mais sofisticadas como a cocaína, ecstasy, LSD, heroína e outras, os ricos consomem nas baladas noturnas. O próprio álcool, por ser uma droga lícita, penetra nos lares com mais facilidade. Quando o indivíduo cuida, é tarde, se torna mais um dependente químico. As escolas públicas e religiosas do passado são bastante criticadas hoje por alguns educadores modernos, por terem sido autoritárias, 'alienantes', elitistas e manter uma relação vertical, professor-aluno; porém estavam imunes das drogas e de seu poder destruidor. As escolas de outrora sabiam preencher o tempo livre dos alunos com tarefas, esporte, lazer, cultura, religiosidade, família, convivência... Quem foi aluno marista sabe muito bem os momentos de alegria e jamais esquecidos. A atual Educação Pública no Brasil é uma grande falácia, alimentada por uma propaganda midiática paga pelo governo. Os índices estatísticos incriminam a nossa 'pátria educadora', os números não mentem. Ter sucesso na vida é cursar uma faculdade e, por conta dessa “corrida ao ouro de tolo”, os cursos profissionalizantes ficam em segundo plano. O ENEM reforça essa ideia segundo a qual para se dar bem na vida é preciso cursar um curso de nível superior; entretanto, por que não um curso técnico? Uma histeria nacional o exame do ENEM, nada contra, mas é preciso investir nos cursos profissionalizantes. Nem todos querem cursar o ensino superior, mas profissionalizar-se e entrar logo e firme no mercado de trabalho. Um bom técnico hoje numa empresa estatal, como a Petrobras, ganha melhor do que muito universitário. Hoje a educação leiga tornou-se uma negociata: os colégios particulares não estão preocupados em preparar cidadãos, mas robotizar os alunos para responderem alternativas nas provas dos vestibulares. A educação caminha na contramão do desenvolvimento sustentável. A tão sonhada felicidade que todos correm atrás fica restrita a uma minoria, ficando a maioria marginalizada, à mercê do destino dantesco, sem poderem usufruir do paraíso edênico que pertence a todos os mortais. A temporalidade terrena é um lampejo, passa tão rápido; só percebemos quando olhamos no espelho e vemos a quantidade de cabelos brancos na cabeça. Uma reflexão se faz presente: mais um ano se passou e o que eu fiz de concreto para tornar o mundo mais acolhedor? Enquanto as famílias, escolas e sociedade não preencherem esse vazio existencial dos jovens, vamos continuar derramando lágrimas por entes queridos que se foram antes do tempo; aos mais velhos, apenas a difícil missão de enterrar os jovens. As famílias totalmente desestruturadas não CUIDAM do maior patrimônio de suas vidas: a Juventude. Os jovens entregues ao mundo de “mão beijada”, já que o mundo lá fora é uma 'casa de terror'. A escola é teoricamente acolhedora; é bom frisar, porém, que a instituição de ensino não é pai nem mãe, os objetivos da escola deságuam na aprendizagem cidadã. A escola desaparelhada, sozinha não consegue EDUCAR, é necessária a presença dos pais e da sociedade nessa difícil missão de ensinar na contemporaneidade.








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